“Fui de Americanas”: rombo bilionário vira piada nas redes sociais

Assunto ficou em alta nas redes sociais após a varejista anunciar que foram identificadas “inconsistências em lançamentos contáveis”

Foto: divulgação

O anúncio de um rombo financeiro de aproximadamente R$20 bilhões nos balanços das Americanas provocou reações no mercado, mas foi além disso, também se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Internautas estão aderindo a expressão “Fui de Americanas” para dizer que estão sem dinheiro. A piada, inclusive, entrou nos Trending Topics, os assuntos mais comentados do Twitter.

O assunto ficou em alta após a varejista informar que foram identificadas “inconsistências em lançamentos contábeis redutores da conta fornecedores realizados em anos anteriores, incluindo o exercício de 2022”.

A companhia divulgou ainda que o então presidente, Sergio Rial, e o diretor de relação com investidores, André Covre, que haviam assumido os cargos alguns dias antes, estavam se demitindo. O valor do rombo foi estimado em R$ 20 bilhões em uma análise preliminar e é relacionado a uma operação financeira conhecida como “risco sacado”.

Entenda o que é risco sacado

Na prática, o risco sacado funciona quando uma companhia pega dinheiro emprestado de um banco para comprar de fornecedores. O banco paga os fornecedores e a empresa paga ao banco o dinheiro financiado, com juros.

No caso da Americanas, isso não foi informado corretamente no balanço da varejista. Em vez de registrar os valores como uma dívida bancária, eles foram informados como dívidas aos fornecedores, e os pagamentos dos juros devidos com essa operação foram contabilizados como uma redução do valor devido aos fornecedores, e não uma despesa financeira.

Esse processo teria distorcido os resultados, porque fez com que as despesas da empresa e o endividamento aparecessem no balanço com um valor menor do que eram na realidade.

O impacto na empresa

A Americanas disse que ainda não é possível determinar todos os impactos do rombo na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da companhia. Em contrapartida, a empresa afirmou estimar que “o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial”.

Assim, o rombo teria apenas um efeito contábil, e não financeiro. Caso fosse financeiro, haveria saída de dinheiro do caixa da companhia.