“Fui na UPA com sintomas da COVID-19 e não me testaram!”

Desde o início da pandemia do novo Coronavírus em Bento Gonçalves, diversos leitores têm relatado ao SERRANOSSA – e em suas próprias redes sociais – dúvidas em relação ao atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h do bairro Botafogo. 

“Uma funcionária teve contato com pessoas infectadas e começou a apresentar os sintomas. Foi diversas vezes na UPA e não fizeram nenhum teste, nenhum exame e nem entregaram o kit de tratamento precoce. Apenas mandaram ela ir para casa e ficar 14 dias afastada do trabalho”, relata uma leitora. 

“Aí você está com 38,7°C de febre e vai para a UPA de Bento Gonçalves. Aí a médica te examina, aplica uma injeção, faz um Raio-x do pulmão e não aparece nada. Então te manda para casa. Passa cinco dias e a coisa não melhora, sendo que essa pessoa tem 64 anos. Aí você acredita na médica da UPA  e, nesse 5 dias, você sai de casa, vai para o mercado, vai para o posto de gasolina, vai para a farmácia, entre outros… Aí você decide fazer o teste da COVID-19 particular e dá positivo. Todos esses dias você ficou por aí sem saber o que tinha”, comenta outro leitor. 

De acordo com o coordenador da UPA 24h, Amauri Vargas, os profissionais que atendem no ambulatório de campanha, em frente à UPA, seguem um protocolo previamente estipulado pela secretaria municipal de saúde. Caso o paciente apresente sintomas mais leves, ele será examinado, medicado e instruído a permanecer em isolamento por 14 dias, junto de sua família.  “A gente tem uma central na secretaria com médicos e outros profissionais da saúde que estão acompanhando esses pacientes. O médico vai ligar todos os dias e, no final do isolamento, vai ser mapeado para a UBS mais próxima e destinado um teste rápido”, explica o coordenador. Até o momento, 738 pessoas monitoradas já foram testadas.


 

Os testes rápidos detectam a fase final da doença, por meio dos anticorpos do novo Coronavírus, e não propriamente o vírus ativo, por isso apenas podem ser aplicados após o 10º dia do primeiro sintoma percebido. “Estamos obedecendo a um caráter epidemiológico. Diferentemente de outras cidades, estamos testando todo mundo com suspeita médica para o Coronavírus, mas de uma forma segura. Não fazendo o paciente esperar na UPA o resultado, respirando ou contaminando outros”, relata. Aqueles que testarem negativo para a COVID-19 entram em uma fila para serem testados para a H1N1.

Por outro lado, se o estado do paciente for considerado mais grave, ele é internado nos leitos de isolamento e é testado pelo teste PCR, a fim de identificar o vírus ativo. Nessa etapa, o paciente passa por uma série de exames, sendo medicado com remédios específicos para síndromes gripais e para as lesões ou sequelas que elas podem ocasionar, como a pneumonia. Caso seu quadro piore ou apresente sinais de que poderá se agravar, ele é transferido para a UTI do Hospital Tacchini ou de algum outro hospital da região com disponibilidade de leitos. “Esses pacientes são uma minoria. De 10 pacientes que chegam na barraca, 9 estão com sintomas leves, como coriza e congestão nasal”, comenta. 

Desde a semana passada, os pacientes que procuram atendimento com a suspeita ou confirmação da doença estão recebendo um kit para tratamento precoce, composto por ivermectina, zinco, vitaminas C e D e azitromicina. A hidroxicloroquina está sendo disponibilizada somente em casos receitados pelo médico e com exames específicos para administração do medicamento. “Os kits são entregues para a maioria da população, de acordo com critérios clínicos avaliados pelos profissionais de saúde”, ressalta Amauri. De acordo com a secretaria de Saúde, 306 kits já haviam sido entregues até essa quinta-feira, 30/07.

Ainda segundo o coordenador, o objetivo da secretaria municipal de saúde é ampliar a testagem na barraca, a partir da compra de mais testes PCRs. “Ainda estamos em processo de compra desses testes, mas nas próximas semanas já vamos estar intensificando essa testagem”, garante. 

Em caso de dúvidas, os moradores podem entrar em contato com a prefeitura pela Central de Atendimento ao Coronavírus, pelos telefones (54) 3055 7017 ou 3055 7029 ou via WhatsApp, através do número (54) 99267 1675. O horário de atendimento é das 8h às 21h30, por meio dos telefones e WhatsApp, e das 21h30 às 23h30, plantão somente por WhatsApp.  O serviço tem expediente das 8h às 19h nos finais de semana.

Foto: Eduarda Bucco