Funcionários da CCS novamente denunciam pagamento irregular de salários
Mais uma vez os funcionários da empresa CCS Serviços, contratada pela prefeitura de Bento Gonçalves para realizar serviços terceirizados, constataram irregularidades nos valores de seus salários. Em abril, a queixa foi referente ao atrasado nos valores, que precisaram ser repassados via judicial. Desta vez, os trabalhadores afirmam que a empresa realizou descontos indevidos, referente aos dias não trabalhados em função da pandemia. “A CCS mandou uma planilha direto para a justiça pedindo que fossem descontados os vales alimentação e os vales transportes e metade do nosso salário referente ao mês de abril. Só que a prefeitura havia afirmado que não deveria haver nenhum desconto”, explica a colaboradora Luciana de Freitas, de 32 anos, que trabalha há 5 anos na CCS.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Asseio e Conservação (SINDILIMP), Henrique Silva, foi realizada uma reunião no início da tarde desta terça-feira, 19/05, junto à prefeitura, a fim de discutir uma solução para o problema. “O município precisa deixar claro para a Justiça do Trabalho que o valor repassado referente ao mês de abril é para fazer o pagamento integral, sem descontos. Os funcionários não estão trabalhando por força de lei, porque o município suspendeu os serviços devido à pandemia. E segundo o decreto da prefeitura, eles não perderiam nada”, esclarece.
De acordo com algumas colaboradoras, que estiveram se manifestando em frente à prefeitura nesta terça-feira, 19/05, alguns trabalhadores receberam R$ 600. Outros, apenas R$ 200. “Ninguém falou nada pra nós. Ficamos sabendo quando fomos sacar no banco. E a gente fica assim, sem saber o que vai ser da gente”, desabafa Rubinara Machado, de 39 anos. “Eles descontam os vales, o INPS e o FGTS e a gente já foi procurar e não foi pago. Colocam na folha que descontam, mas aí quando tu vai no INPS ou na Caixa, esses valores não estão nas nossas contas”, complementa.
Ainda segundo o presidente do SINDILIMP, foi solicitado que o Ministério Público entre no processo que já está em curso na Justiça do Trabalho, “a fim de fazer um acordo para consolidar pagamentos futuros”, relata.
Confira a manifestação do secretário de Administração, Ivan Toniazzi:
“Hoje à tarde, a pedido do SINDILIMP, foi realizada uma reunião com a presença do procurador do município, Sidgrei Machado Spassini, do presidente do sindicato, Henrique Silva, do advogado do sindicato e de dois representantes da CCS.
Na oportunidade, foi esclarecido que o município depositou judicialmente no dia 30/04 o depósito referente ao salário e acessórios, isso é, vale refeição e transporte, de todos os funcionários. Isso se deve ao fato da inadimplência da CCS de comprovar o pagamento de impostos, contribuições trabalhistas e outros que constam no nosso contrato.
Ao ser manifestar no processo, a CCS não concordou com o pagamento do vale refeição e transporte dos dias parados, por ter acordado com o sindicato na convenção coletiva do trabalho, o que não obriga o pagamento dos dias não trabalhados. A prefeitura sempre agiu em favor dos funcionários e por isso entrou com uma petição no processo solicitando a autorização para o pagamento desses valores, por estar no decreto municipal de pandemia e por estar o dinheiro já depositado para tal, o que não foi aceito pela justiça.
Na reunião de hoje, manifestamos o interesse do prefeito na liberação dos recursos para o pagamento. Uma vez que os valores estão depositados e prontos, autorizados pela justiça para pagamento.
O procurador geral, Sidgrei, mostrando disposição do executivo, solicitou que o sindicato solicitasse audiência com o Ministério Público do Trabalho, para ajudar na liberação da autorização judicial”.
Encerramento de contrato com a CCS
No próximo mês de junho, encerra o contrato da empresa com a prefeitura municipal. Dessa forma, a CCS tem dado aviso prévio aos funcionários. “No último dia 08/05, houve licitação que foi suspensa por que o Tribunal não aceitou uma das cláusulas do Edital, que exigiu um mínimo de 3 anos da empresa participante. Diante desta suspensão, a prefeitura abriu processo para contratação emergencial de pessoal, para dar continuidade dos serviços a comunidade. Nos próximos dias será divulgada a empresa ganhadora do processo. Certamente que haverá pela empresa vencedora o aproveitamento da mão de obra de muitos dos funcionários da CCS”, afirma Toniazzi.
Foto: Eduarda Bucco