Gargalhadas em doses homeopáticas
A risoterapia pode vir a ser a mais nova aliada no tratamento de pacientes do Hospital Tacchini, de Bento Gonçalves. O método que reúne improvisação, música, dança, teatro e números de circo foi apresentado aos colaboradores na tarde de quarta-feira, dia 18, como parte da programação da Semana da Integração. Agora, a direção do hospital estuda a possibilidade de implantá-lo de forma definitiva não apenas para os pacientes, mas também para os colaboradores.
O diretor do grupo “Doutores Uerês!”, Marcelo Donini dos Santos, ou palhaço Piscaretas, e Carla Vanez, a doutora Treka, contagiaram a plateia e apresentaram o trabalho da dupla. O grupo caxiense surgiu em 2008. no entanto, o primeiro contato do palhaço Piscaretas com pacientes internados foi em 2005.
“Estudamos psicologia, fizemos especialização com os “Doutores da Alegria”, de São Paulo, e cursos com o criador da teoria, o médico Hunter “Patch” Adams. A partir daí começamos a profissionalizar ainda mais o nosso trabalho“, explica Donini.
Desde os anos 60, estudos comprovam a eficácia das terapias humorísticas na saúde. O trabalho artístico profissional no ambiente hospitalar aponta para alterações importantes no quadro de pacientes internados, diminuindo A ansiedade, melhorando os tratamentos e elevando a autoestima. “A gente olha o paciente da porta do quarto e já escaneia o seu quadro. Precisamos estar a par do seu estado para saber qual a melhor técnica a ser empregada”, explica o diretor.
Esses resultados são decorrentes da utilização do humor, aliado a uma eficiente comunicação e de um conjunto específico de valores e crenças sobre a realidade hospitalar. O objetivo é amenizar o sofrimento dos pacientes internados através de um atendimento lúdico e humano, melhorando a qualidade de vida deles. “Nosso objetivo não é curar ninguém, mas estimular com a risoterapia e musicoterapia, sendo no hospital ou domicílio, de crianças a idosos”, afirma Treka.
Mas não são somente os pacientes que usufruem dos benefícios da risoterapia: os profissionais da saúde sofrem sobrecarga emocional diariamente. “Somos ‘médicos’ diferentes, não curamos, mas colorimos o ambiente. Nosso objetivo é que naquele momento o paciente se ‘transporte’ para um circo ou um teatro”, explica Piscaretas.
De acordo com a gestora de Recursos Humanos do Hospital Tacchini, Ângela Lasch, o método seria um importante aliado não apenas para os pacientes, mas também como alternativa para minimizar as consequências emocionais da atuação na área da saúde. “Estudos comprovam a melhora na saúde dos internos e também dos funcionários. Somos 1,7 mil colaboradores, entre o Hospital Tacchini, o Hospital São Roque (Carlos Barbosa) e o plano de saúde Tacchimed. Muitas vezes, sofremos a influência emocional no contato com pacientes, pelo apego e amizade. Não é fácil administrar situações delicadas. É ali que os médicos-palhaços entram. Eles levam alegria ao ambiente e elevam o astral”, opina.
Reportagem: Priscila Boeira
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