Golpe do bilhete: dinheiro não cai do céu!
Por mais que o assunto esteja sempre em evidência, golpes como o popular Conto do Bilhete e prêmios de supostas promoções de emissoras de televisão continuam fazendo vítimas em Bento Gonçalves. A média é de um a dois casos por semana. Nos últimos dias, duas pessoas foram prejudicadas com ações deste tipo. Uma delas chegou a entregar quase R$ 6 mil em troca de um suposto bilhete de loteria premiado. O motivo, na maioria esmagadora das vezes, é a ingenuidade e a ganância da pessoa. “Ninguém distribui prêmios valiosos de graça e dinheiro não cai do céu”, enfatiza o delegado da 2ª Delegacia de Polícia de Bento Gonçalves (2ª DP), Álvaro Luiz Pacheco Becker.
As principais investidas dos golpistas se referem a falsos bilhetes de loteria premiados ou a sorteios de casas, carros e outros objetos que teriam sido feitos por emissoras de televisão. “Só eu já fui sorteado umas oito vezes”, comenta o delegado, demonstrando o tamanho da insistência dos golpistas e como o apelo pode atingir todas as pessoas indiscriminadamente. Becker conta ainda que um dos fatores mais surpreendentes é a pessoa acreditar que ganhou uma casa, por exemplo, sem sequer ter participado de alguma promoção. “Independente de ter ou não participado, jamais devemos retornar a ligação para os números indicados, muito menos fornecer números de contas bancárias ou de documentos via telefone”, orienta.
Por mais que os golpes aconteçam constantemente, as poucas informações prestadas pelas vítimas fazem com que a investigação não consiga ser feita. “Já foram presos diversos golpistas, mas, geralmente, eles são de outras cidades e seus antecedentes não são suficientes para a prisão. Com isso, eles vão embora e outros vêm. A rotatividade desses golpistas é uma das grandes dificuldades na investigação”, lamenta o delegado.
Vergonha
Outro fator que atrapalha as investigações é a reação das pessoas após o fato. Para o delegado, a declaração da vítima do conto do bilhete de que foi ‘dopada’ ou que não se recorda do que aconteceu é uma forma que ela encontra de se isentar da sua culpa ou até mesmo de justificar sua ingenuidade. “Muitos deixam de vir até a Delegacia de Polícia para registrar o golpe porque se sentem envergonhados e preferem arcar com o prejuízo, a expor sua ganância por lucro fácil”, conta.
Público preferido
Os golpistas são muito bons em fazer a pessoa acreditar vai levar uma enorme vantagem. O Conto do Bilhete é aplicado geralmente em idosos ou pessoas humildes no momento do saque da aposentadoria ou do dinheiro da safra. Os golpistas estão disfarçados de clientes, ficando na fila do caixa e observando quem saca, ou até mesmo como auxiliares nas entradas dos bancos, se prontificando a ajudar as pessoas nos terminais.
No caso dos golpes aplicados por telefone, informando sorteios de casas e prêmios, as vítimas são os proprietários de celulares. Nesses casos, os golpistas entram em contato com vários telefones ao mesmo tempo. “Se um só retornar, eles já terão lucro”, alerta Becker.
Para não cair na armadilha
Idosos não devem ir sozinhos a bancos para retirarem ou depositarem dinheiro. O ideal é um familiar ou alguém de confiança acompanhá-los;
Não confie em pessoas prestativas demais e não fale com estranhos na rua, sobretudo depois de sair de um banco;
Nunca forneça a senha e nem entregue documentos para estranhos, muito menos informe números de contas, de documentos ou de telefones;
Proprietários de celulares não devem se sentir sortudos ao receberem prêmios sem sequer ter participado de promoções. Se isto acontecer, não entre em contato com os telefones mencionados e nem deposite valores sob o pretexto de receber o prêmio. Se receber mensagem ou telefonemas dessa natureza, delete;
Lembre-se: Ninguém distribui prêmios valiosos de graça. Dinheiro não cai do céu.
Fonte: Polícia Civil
Greice Scotton
Siga o SerraNossa!
Twitter: http://www.twitter.com/serranossa
Facebook: Jornal SerraNossa
Orkut: http://www.orkut.com.br