Golpe dos nudes: criminosos atuavam de dentro da penitenciária
Operação Cibermadilha: GAECO/MPRS desmantela grupo que aplicava golpe dos nudes no RS

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) deflagrou nesta terça-feira, 28 de outubro de 2025, a Operação Cibermadilha para combater uma quadrilha envolvida em extorsão virtual, conhecida como o “golpe dos nudes”.
Com apoio da Brigada Militar (BM), os agentes cumpriram quatro mandados de busca e apreensão: dois em residências nos municípios de Igrejinha e Parobé, e outros dois na Penitenciária Estadual de Jacuí (PEJ), em Charqueadas, onde parte do grupo criminoso atuava de dentro do presídio.
A promotora de Justiça Maristela Schneider, coordenadora do 2º Núcleo Regional do GAECO – Metropolitana, conduz a investigação e a operação. Até o momento, duas vítimas do golpe de nudes já foram identificadas: um servidor público e uma autoridade que atua na área criminal do Estado.
Segundo a promotora, a investigação começou no início de outubro, após a denúncia de uma das vítimas, que foi abordada por uma mulher em um aplicativo de relacionamentos. Depois da troca de mensagens íntimas e do envio de fotos, o homem passou a ser extorquido. Os criminosos chegaram a enviar imagens de familiares da vítima, obtidas em redes sociais, e mencionaram nomes e parentes em tentativas de intimidação.
Diferentemente de outras quadrilhas que aplicam o mesmo golpe, o grupo investigado não se passou por autoridades nem exigiu valores específicos, mas manteve pressão psicológica constante sobre as vítimas.
Além dos mandados de busca, o MPRS obteve na Justiça o bloqueio de contas bancárias e chaves PIX, além do afastamento de sigilos bancário e telemático dos investigados.
Os valores extorquidos e demais elementos financeiros serão apurados a partir da análise dos materiais apreendidos. Quatro criminosos já foram identificados, sendo dois deles atuando de dentro do sistema penitenciário. A operação também contou com a presença do coordenador estadual do GAECO, promotor de Justiça André Dal Molin.