Governador diz que o RS não fugirá da responsabilidade de imunizar a população contra a covid-19

Depois de uma reunião de três horas com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e outros governadores, o governador Eduardo Leite fez uma transmissão ao vivo pelas redes sociais nesta terça-feira (08/12) para esclarecer questões acerca do processo de vacinação contra o coronavírus no Estado. Ele garantiu que o Estado não fugirá da responsabilidade, caso o governo federal retarde a tomada de decisão. Leite também informou que já deu início à negociação com Instituto Butantan, manifestando interesse na aquisição de vacinas para os profissionais de saúde. 

“Temos confiança de que o Ministério da Saúde irá liderar esse programa, e isso é o correto, a considerar a tradição do Programa Nacional de Imunizações (PNI), um patrimônio do Brasil. Não faz sentido abrir disputa entre os Estados. No entanto, tenho responsabilidade com o povo gaúcho, com 11,5 milhões de pessoas, e não fugiremos dela. Diante da politização de um tema que deve ser enfrentado com caráter eminentemente técnico, demos início a um processo de negociação diretamente com Instituto Butantan, e encaminhamos expediente manifestando interesse na aquisição de vacinas para os profissionais de saúde do RS”, destacou o governador.

Na transmissão, que contou com a participação da secretária da Saúde, Arita Bergmann, Leite resumiu os detalhes apresentados por Pazuello durante a reunião. Por parte do governo federal, há um memorando de entendimento com a vacina da AstraZeneca/Oxford, cujo contrato prevê a disponibilização de 100 milhões de doses para o Brasil no primeiro semestre de 2021 (15 milhões em janeiro, 15 milhões em fevereiro e assim sucessivamente, até o final do semestre), ao custo de US$ 3,75 por dose.

“Tudo isso sendo feito com a transferência de insumos para a Fiocruz, que terá a capacidade de produzir, no segundo semestre, 160 milhões de doses da vacina”, explicou o governador. Uma vez que a imunização demanda duas doses, estima-se que haja, nesta leva, vacinas suficientes para 80 milhões de brasileiros, de acordo com os grupos prioritários já definidos pelo Ministério da Saúde.

Além disso, o Brasil faz parte de um consórcio entre países, com participação da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Covax Facility, que reúne nove farmacêuticas. O Ministério da Saúde também tem um memorando de entendimento por meio da adesão ao processo de desenvolvimento da vacina que prevê a aquisição de outras 42 milhões de doses.

Para que quaisquer uma dessas vacinas sejam aplicadas na população brasileira, é preciso que sejam registradas e aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A AstraZeneca/Oxford e a Coronavac (vacina produzida pelo Instituto Butantan, vinculado ao governo de São Paulo) já estão em fase de entrada de documentação para registro. O prazo de aprovação pode ser de até 60 dias.