Governo deixa de fora a CoronaVac na dose reforço da população em geral

Pessoas com mais de 18 anos começam a receber a terceira dose nesta quinta-feira, 18/11, em diversos municípios brasileiros, após divulgação de Nota Técnica regulamentando a aplicação no país. Em Bento, secretaria da Saúde afirma que já está organizando o calendário

Foto: Júlia Milani/Arquivo SERRANOSSA

Alguns municípios brasileiros iniciam nesta quinta-feira, 18/11, a aplicação da dose reforço da vacina contra a COVID-19 nas pessoas com mais de 18 anos. A medida foi anunciada na terça-feira, 16/11, pelo Ministério da Saúde, que também divulgou a redução do intervalo entre a segunda dose e a dose reforço, caindo de seis para cinco meses.

Na quarta-feira, 17/11, o Ministério da Saúde emitiu uma Nota Técnica regulamentando a aplicação da terceira dose na população em geral. Conforme o documento, deverá ser utilizada, “preferencialmente”, as vacinas da Pfizer, AstraZeneca e Janssen, independentemente do esquema vacinal primário. A única vacina aprovada no Brasil que ficou de fora na terceira dose foi a CoronaVac.

Em Bento Gonçalves, a secretaria da Saúde afirma que já está organizando as equipes e ampliando as unidades de saúde vacinadoras para atender a demanda da dose reforço. O calendário deverá ser divulgado em breve.

Na justificativa para contemplação da terceira dose em toda a população adulta, o Ministério da Saúde citou o caso de Israel, onde foi observada maior efetividade da vacina em relação aos óbitos no grupo que recebeu a dose reforço, em comparação ao grupo que não recebeu. Além disso, as doses de reforço reduziram significativamente o risco de infecções graves em indivíduos imunizados com a terceira dose.

Sobre a CoronaVac, a Nota Técnica cita um estudo em modelo animal que avaliou o empredo da terceira dose com reforço homólogo (mesma modelo de vacina) e heterólogo (modelos diferentes), “tendo sido observada maior resposta imune com os esquemas heterólogos (reforço com vacina de vetor viral ou RNA mensageiro)”, informa o Ministério da Saúde na Nota.

Já com relação à vacina da AstraZeneca/Oxford, um ensaio clínico avaliou a resposta imune após a terceira dose em 90 participantes, tendo sido identificado tanto amplificação da resposta imune humoral quanto celular. “Do ponto de vista da segurança, a terceira dose induziu menor frequência de eventos adversos do que a primeira dose da vacina”, afirma a nota.

Dessa forma, o Ministério da Saúde argumenta que as atualizações científicas apresentadas “reforçam a capacidade das diferentes vacinas COVID-19 em produzir memória imunológica, bem como de amplificar a resposta imune com dose de reforço ao esquema vacinal inicial na população em geral acima de 18 anos de idade no Brasil”.

Ainda de acordo com a nota, a ampliação da terceira dose em toda população adulta foi pensada com base no fato de que há “uma tendência à redução da efetividade das vacinas contra a COVID-19 com o passar do tempo”.

Até o momento, conforme o Ministério, não foram registradas ocorrências de eventos adversos raros.

Com isso, está permitida a aplicação em todo o território nacional de uma dose de reforço da vacina COVID-19 “para todos os indivíduos com mais de 18 anos de idade, que deverá ser administrada cinco meses após a última dose do esquema vacinal primário dos imunizantes Pfizer, Astrazeneca e Coronavac”. Já para quem fez a Janssen, que é uma vacina de dose única, ainda não houve uma posição oficial do governo federal.