Governo do RS desligará professores com 20 horas semanais que se recusem a dobrar carga

O CPERS afirma que já recebeu relatos de docentes com contratos temporários que foram demitidos por conta da nova diretriz

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul orientou que professores temporários com contrato de 20 horas semanais que se recusem a assumir 40 horas semanais no Estado, sejam desligados.

Um ofício foi enviado no fim de junho para as Coordenadorias Regionais de Educação. Em nota, a Secretaria afirmou que “está qualificando a gestão de recursos humanos priorizando os profissionais que já são da rede” e acrescentou que “a situação de cada servidor está sendo analisada individualmente e não há nenhuma determinação específica para dispensa de docentes”.

Contudo, o ofício também informa que caso o profissional não tenha disponibilidade de horas, a Coordenadoria Regional de Educação “deverá liberar a vaga, por oportunidade e conveniência, e contratar outro professor para atender à demanda do Estado”.

Além disso, o documento também afirma que a carga horária dos professores e especialistas com contrato temporário deverá ser ampliada para 40 horas semanais se houver necessidade nas escolas da rede estadual.

No documento, o governo estadual também pede a dispensa de professores em contrato temporário que estejam em licença-saúde “com vistas à liberação de vagas para atendimento das escolas”. Após reação negativa, o trecho foi cancelado.

Categoria é contra

A categoria é contra a ideia porque muitos professores da rede estadual dão, também, aulas em escolas municipais e privadas por conta dos salários mais altos e garantia de reajuste anual.

O Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS), que representa profissionais da rede estadual, afirma que já recebeu relatos de docentes com contratos temporários que foram demitidos por conta da nova diretriz.