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Governo lança programa Inverno Gaúcho para ampliar o atendimentos de doenças respiratórias

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Com o novo programa, hospitais da Serra Gaúcha vão ser beneficiados com recursos que variam entre R$ 90 mil e R$ 250 mil

Foto:  Maurício Tonetto/Secom

O Governo do Rio Grande do Sul lançou, na última segunda-feira, 29/05, o Programa Inverno Gaúcho com Saúde, que destinará R$ 10,1 milhões, com recursos do Tesouro estadual, para reforçar os serviços nos hospitais e enfrentar o aumento dos casos de doenças respiratórias durante a estação mais fria do ano.

A solenidade de lançamento ocorreu na Santa Casa de Porto Alegre, com a presença do governador Eduardo Leite e da titular da Secretaria da Saúde (SES), Arita Bergmann.  

Na ocasião, Leite destacou que o objetivo do programa é ajudar os municípios no enfrentamento de mais um inverno. Além disso, Leite elencou as principais medidas que serão adotadas.

“As estratégias devem envolver a ampliação dos horários de atendimento e de vacinação, equipamentos para unidades de tratamento intensivo (UTIs) pediátricas e também ações de telemedicina com médicos especializados”, explicou.

Como vai funcionar

Com os novos investimentos, a Secretaria Estadual de Saúde vai ampliar e qualificar a rede de atendimento a síndromes respiratórias agudas graves.

Os hospitais com até dez leitos de UTI pediátrica receberão R$ 250 mil, enquanto aqueles com mais de dez vão receber R$ 375 mil. Além disso, o programa destinará R$ 90 mil para os hospitais com porta de entrada para urgências e emergências.  

Serão contempladas as unidades que atendam pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que possuam estrutura técnica e assistencial para participar do programa.

O Estado disponibilizará também serviços de telemedicina e teleconsultoria em intensivismo pediátrico para apoio e orientação às equipes técnicas dos hospitais, que terão profissionais atuando 12 horas por dia, sete dias por semana.  

“Esse programa visa incrementar ações de saúde com ênfase muito especial em nossas crianças. Nós precisamos ampliar as ações, porque há muitas evidências e estudos que apontam para o fato de que, neste período, devemos redobrar os cuidados em internações por doenças respiratórias e nos atendimentos da atenção primária, além de ampliar a cobertura vacinal”, comentou Arita.

Serra Gaúcha será beneficiada

A lista de hospitais que participarão do programa abrange três unidades com mais de dez leitos de UTI pediátrica, dez com até dez leitos e 66 com porta de entrada para urgências e emergências.

Na Serra Gaúcha, o Hospital Beneficente São Pedro, de Garibaldi, será beneficiado, se enquadrando no segmento “porta de entrada para urgências e emergências”, portanto, receberá R$ 90 mil.

O diretor do Hospital Beneficente São Pedro, Jaime Kurmann, afirmou que o recurso deverá vir até o dia 15 de junho para reforçar o atendimento pediátrico da instituição. Contudo, como a portaria é recente, o hospital ainda não definiu de que forma utilizará o valor.

“Ainda não conversei com a minha equipe, mas ele [recurso] vai ser utilizado, principalmente, no reforço do atendimento pediátrico. Como vai ser nós ainda vamos discutir com o corpo clínico do hospital nesse período, não tenho ainda definido, mas possivelmente no reforço do pessoal nos horários de pico, deve ser isso”, afirma.

Além do Hospital Beneficente São Pedro, na Serra Gaúcha, outras quatro instituições serão beneficiadas com o recurso de R$ 90 mil, sendo elas: Hospital Manoel Francisco Guerreiro (Guaporé); Hospital Arcanjo São Miguel (Gramado); Hospital São João Batista (Nova Prata); e Hospital São Roque (Carlos Barbosa).

No enquadramento de hospitais com até dez leitos de UTI, dois hospitais da Serra Gaúcha devem receber R$ 250 mil: o Hospital Geral de Caxias do Sul e Hospital Tacchini (Bento Gonçalves).

De acordo com gestor de relações e governo do Hospital Tacchini, Humberto Godoy, o Hospital Tacchini vai receber R$ 250 mil. O valor será repassado em duas parcelas, sendo a primeira delas no dia 15 de junho e a última será 45 dias após a primeira.

“Então, este recurso se soma a necessidade de cobertura de uma tabela defasada de valores de diárias de UTI e de outras precificações de tabela, mas de longe vai cobrir os custos dos atendimentos, mas sim, ameniza e no momento atual é de extrema relevância e se soma a necessidade de buscar recursos para garantir a assistência”, avalia.

Aumento de casos respiratórios

Entre os meses de junho e agosto, período em que as temperaturas costumam estar mais baixas em todo o Estado, a demanda por atendimentos de saúde tende a aumentar.

De acordo com o Governo do RS, doenças do sistema respiratório foram a principal causa de internação de crianças e adolescentes de zero a 14 anos no Estado em 2022, representando 12,3% do número de casos.

Pneumonia, asma e bronquite e bronquiolite agudas são as enfermidades que mais levaram à hospitalização, quadro agravado pela pandemia.

Além disso, a baixa cobertura vacinal no Estado é outro fator preocupante. Entre 2018 e 2022, a Campanha Nacional contra a Influenza nunca atingiu a meta anual de 90% na faixa entre zero e 14 anos.

“O inverno é um desafio do ponto de vista de saúde pública, devido à elevação de internações nesse período. Boa parte das internações poderia ser evitada se a vacinação fosse cumprida. Se o atendimento for feito no momento correto, nós conseguiremos evitar problemas mais graves de saúde”, avaliou o governador.

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