Grande volume de chuvas registrado neste mês de maio traz alívio aos produtores locais

Maio foi marcado pela volta da chuva na região da Serra Gaúcha, chegando ao total de 134,6mm somente em Bento Gonçalves. Os dados são do Instituto Nacional de Metereologia, que também aponta o mês de maio como o segundo período mais chuvoso do ano, perdendo apenas para janeiro. Desde então, a pouca precipitação vinha preocupando produtores locais, que precisaram lidar com perdas significativas em suas plantações. Somente na safra da uva, os prejuízos chegaram a 20%, conforme informações da Emater. 

Com uma mudança positiva de cenário, as expectativas são de recuperação para as próximas safras. Segundo o chefe do escritório da Emater em Bento Gonçalves, Thompson Didoné, as previsões de perda para as plantações de laranja e bergamota, por exemplo, eram de 30%. “Acredito que tenha amenizado consideravelmente. A gente estava com problemas de plantas com folhas murchas, frutos e folhas caindo, em virtude da estiagem. Já na primeira semana de chuva [neste mês de maio], elas já reagiram bastante. Agora, com essa nova chuva, a gente acredita que para as culturas de inverno [em sua maioria, composta por frutas cítricas] o problema já esteja resolvido”, analisa. 

O aumento das chuvas também se refletiu em plantas de cobertura de solo, como a aveia. “O pessoal estava com dificuldades de semeadura e, agora, com esse tempo, a gente já vê mudanças. Acreditamos que, devido à seca anterior, irá atrasar um pouco a maturação dessas plantas, mas nada preocupante”, garante.  


 

Em abril, o SERRANOSSA fez uma reportagem com os produtores Anderson Mattiello e Vanusa Candaten, que plantam tomate cereja e longa vida na Linha Ferri, em Tuiuty. Devido à seca, eles não haviam conseguido colher sequer uma unidade. Agora, com a volta da chuva, Mattiello relata que conseguiu retomar a plantação. “Deu 500 pés de tomate cereja, que acredito dar em torno de até três toneladas, e 250 pés de longa vida tipo italiano… com possibilidade de produzir até duas toneladas. A previsão de colheita é para final de agosto ou início de setembro”, comemora. 

Situação do abastecimento de água

Apesar da redução de danos na agricultura, o abastecimento de água continua em sinal de alerta em Bento Gonçalves. De acordo com a Corsan, a Barragem São Miguel, principal abastecedora do município, subiu pouco mais de 1 metro após as chuvas deste mês, seguindo em seu nível abaixo do normal. 

“Em termos de agricultura, com essas duas chuvas acreditamos que a situação esteja resolvida. Temos ainda dificuldade no abastecimento humano, com registro de fontes que secaram. Precisamos de mais chuva para recuperar essas fontes”, explica Didoné. 

Atualmente, a prefeitura de Bento Gonçalves continua levando água diariamente para comunidades do interior. Entretanto, dos 4 caminhões que eram deslocados por dia desde o início da estiagem no município, apenas 1 segue fazendo esse trabalhado, devido à redução da demanda. 

Mesmo assim, a prefeitura segue avaliando o laudo emitido pela Emater sobre a situação da estiagem até o início deste mês, quando foram registradas perdas significativas em diversas produções. Dessa forma, ainda poderá ser decretada situação de emergência no município, a fim de auxiliar os agricultores que tiveram prejuízos nos primeiros meses do ano. 

Foto: Arquivo Pessoal
 

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