Gripe A (H1N1): vacinação liberada na rede pública

Nos últimos 20 dias, com o crescimento no número de mortes e casos confirmados de gripe A (H1N1) no Rio Grande do Sul, a procura pela vacinação aumentou, tanto em postos de saúde quanto em clínicas particulares. A partir de segunda-feira, dia 16, cinco mil doses serão ofertadas gratuitamente para a população em todas as Unidades Básicas de Saúde de Bento Gonçalves. Não haverá restrição de idade. De acordo com o enfermeiro coordenador do Setor de Imunizações da secretaria municipal de Saúde, MaichelManfredini, essas devem ser as últimas doses recebidas pelo município. As vacinas foram repassadas pela 5ª Coordenadoria Regional de Saúde, que recebeu um lote de 40 mil doses para distribuir aos municípios de abrangência. 

Dois fatores podem ser considerados responsáveis pela corrida em busca da imunização: o aumento no número de mortes no Estado e a previsão feita pelo governo de que o pico da doença deve ser atingido até o dia 20 de julho. Durante esta semana, subiu para 29 o número de vítimas da doença. Foram registradas até quinta-feira, dia 12, mortes em Alecrim, Boa Vista do Cadeado, Canoas, Condor, Coronel Bicaco, Cruz Alta, Encantado, Guarani das Missões, Igrejinha, Maquiné, Porto Alegre (3), Salto do Jacuí, Santa Maria, Santo Ângelo (3), São Borja (4), São Miguel das Missões, Sapucaia do Sul, São Sebastião do Caí, Soledade, Tiradentes do Sul, Tupanciretã e Vitória das Missões. No Rio Grande do Sul, já são 192 casos confirmados neste ano. Na região, há registro de dois casos em Caxias do Sul, dois em Guaporé e um em Nova Bassano.

Como forma de prevenir a população de infecções pelo vírus da gripe, o Ministério da Saúde orienta ações de higiene pessoal, como lavar as mãos várias vezes ao dia, evitar tocar a face com as mãos e proteger a tosse e o espirro com lenço descartável. Em caso de síndrome gripal, deve-se procurar um serviço de saúde o mais rápido possível.


Aumenta procura nas clínicas

Nas clínicas particulares, as primeiras doses começaram a chegar ainda em fevereiro. Quando os anúncios de mortes por gripe A começaram a aumentar, os estoques nas clínicas estavam quase no fim, mas ainda havia doses disponíveis pelos valores inicialmente ofertados, em média R$ 50. Com o fim dos estoques iniciais, ao adquirir novos lotes, as clínicas ficaram sujeitas aos preços cobrados pelas distribuidoras. “Recentemente adquirimos três lotes, cada um com valor diferente: R$ 60, R$ 85 e R$ 100”, conta a gerente da Vaccinare, Eliane Zanella Righes.

Conforme a administradora e proprietária da Labormed, Dione Zaccaron, a clínica enfrenta dificuldades para adquirir novas doses. “Devemos receber novas vacinas apenas na próxima semana. O novo lote está vindo de fora do país, pois nos laboratórios nacionais já não há mais em estoque”, comenta. A procura por imunização nas clínicas particulares é tão grande que um lote de mais de 100 vacinas, mesmo com preço superior a R$ 100, esgotou-se em apenas duas horas. Dione faz um alerta para que no próximo ano as pessoas se programem e procurem a vacina antes do início do inverno.

Grupo de risco

Até esta sexta, dia 13, segue sendo ofertada na rede municipal de saúde imunização apenas para idosos, gestantes, profissionais de saúde, crianças de até dois anos e pacientes com orientação médica para fazer a vacina. Em Bento Gonçalves, foram vacinadas 14.900 pessoas consideradas como grupo de risco.

 
Saiba mais

A gripe A é uma doença respiratória aguda causada pelo vírus A (H1N1). Esse subtipo do vírus da influenza é transmitido de pessoa a pessoa principalmente por meio da tosse ou espirro e pelo contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. Os sintomas são semelhantes aos da gripe comum, mas em cerca de 30% dos casos além de problemas respiratórios, a pessoa apresenta diarreia e vômito. O vírus da gripe A H1N1 surgiu em 2009 no México e ainda circula pelo mundo inteiro. Apesar disso, o Ministério da Saúde diz que é pouco provável a ocorrência de epidemias, como a pandemia de 2009, quando o Brasil registrou 2.060 óbitos. Em agosto de 2010, com base nos dados epidemiológicos registrados, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia como encerrada. Entretanto, continuam ocorrendo casos e pode haver surtos localizados.


Reportagem: Carina Furlanetto

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