Grupo que movimentou R$ 124 milhões é alvo da polícia gaúcha

Foram cumpridos 48 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, São Leopoldo, Santa Cruz do Sul, Lajeado, Encantado, Barão do Cotegipe, Erechim e Chuí

Foto: Polícia Civil

Uma quadrilha responsável por assalto a bancos, extorsões e lavagem de dinheiro é alvo da Operação Intocáveis – Ultimato, deflagrada nesta quarta-feira, 12/03, pela Polícia Civil gaúcha. Segundo a instituição, o grupo movimentou aproximadamente R$ 124 milhões, entre 2018 e 2022. A ofensiva teve apoio da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marinha do Brasil e de policiais civis de Santa Catarina e do Paraná.

Foram cumpridos 48 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, São Leopoldo, Santa Cruz do Sul, Lajeado, Encantado, Barão do Cotegipe, Erechim e Chuí. Diligências também ocorreram no Paraná, em Curitiba e Foz do Iguaçu, além de Santa Catarina, em Balneário Camboriú.

Ainda na ação, foram cumpridos 63 sequestros de aviões, lanchas e motos aquáticas. Outros 12 veículos de luxo e seis imóveis de alto padrão também foram sequestradas. Houve ainda o bloqueio de 59 contas bancárias, que variam de R$ 200 mil e R$ 40 milhões.

A operação é conduzida pela 1ª DP de Repressão a Roubos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Os suspeitos, conforme as investigações, integram uma facção criada no bairro Bom Jesus, na zona Leste de Porto Alegre.

O grupo de investigados soma 62 pessoas. Um suspeito, no Paraná, movimentou mais de R$ 40 milhões em créditos. Outro, em Canoas, registrou R$ 6,5 milhões em uma conta de pessoa jurídica e outros R$ 7 milhões, como pessoa física. Um terceiro é o proprietário de uma revenda de veículos, que movimentou R$ 39 milhões, em Cachoeirinha.

Conforme o diretor de investigações do Deic, delegado Eibert Moreira Neto, o objetivo da ação foi descapitalizar a quadrilha. “A operação foi chamada de ‘Intocáveis’ porque era assim que os alvos eram considerados pelos comparsas. Já o termo ‘Ultimato’ se refere ao compromisso da Polícia Civil em reprimir de forma contundente os delitos patrimoniais violentos e expandir as investigações para os casos de lavagem de dinheiro. O foco é descapitalizar os investigados e buscar a responsabilização criminal deles”, disse.

Moreira explica que as investigações começaram após um roubo a uma agência bancária na avenida do Forte, em Porto Alegre, no dia 16 de março de 2022. Na ocasião, câmeras de segurança registraram o momento em que criminosos renderam funcionários e os obrigaram a abrir cofres. Houve troca de tiros e cinco homens acabaram presos. Todos eles foram condenados pelo crime e cumprem pena no sistema prisional.

“A investigação que se seguiu revelou que os presos também estavam envolvidos no tráfico de armas e drogas, agiotagem e lavagem de capitais”, afirmou o delegado.

Após mais de um ano e meio de investigações, disse Moreira, foi revelado um esquema que ocultava o rendimento ilícito. Foram detectadas contas de passagem, depósitos fracionados e empresas de fachada, entre outros métodos utilizados pela quadrilha, que serviam para movimentar o dinheiro sujo sem deixar lastros.

Fonte: Correio do Povo