Guarda Municipal: projeto deve ser votado em maio

O projeto que autoriza a criação de uma Guarda Municipal em Bento Gonçalves deve voltar à pauta de votações na Câmara de Vereadores apenas no dia 7 de maio. A proposta estava na Ordem do Dia da última segunda-feira, dia 23, mas foi retirada da votação após pedido de vistas do vereador Neri Mazzochin (DEM). Por não estar tramitando em regime de urgência, a matéria deverá voltar à pauta em até 15 dias, prazo que Mazzochin tem para justificar seu pedido de vistas. A pauta da Ordem do Dia da sessão da próxima semana será elaborada nesta sexta-feira, dia 27, entretanto, Mazzochin confirmou que a proposta será votada somente no dia 7.

Ao pedir vistas ao projeto, Mazzochin disse que gostaria de mais tempo para analisar a proposta. Ele leu informações retiradas do site do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre os valores gastos com a terceirização de vigilância em Bento. A secretária-geral de Governo e Administração, Eliana Passarin, havia informado, em ofício encaminhado à Câmara, que a prefeitura gastava mensalmente com os vigias terceirizados algo em torno de R$ 160 mil e que a Guarda Municipal custaria R$ 131 mil, ou seja, R$ 29 mil a menos. Os valores foram contestados por Mazzochin. “Segundo o TCE, em 2011 foi pago para a D.M. Serviços de segurança o equivalente a R$ 1,56 milhão, ou seja, cerca de R$ 128,8 mensais”, comenta, enfatizando que a Guarda Municipal seria, portanto, mais cara aos cofres públicos. Ele observou ainda que, além do gasto com pessoal, será preciso investir em armamento, aquisição de viaturas e demais equipamentos. “Pelo que pesquisei, só as armas não letais utilizadas custam em média R$ 3 mil cada”, acrescenta.

A proposta chegou à Câmara ainda no início de março, mas não havia sido submetida à votação pois alguns vereadores alegavam ter dúvidas sobre o projeto. A matéria só entrou na pauta de votação desta semana por pedido da líder de governo na Câmara. A intenção da prefeitura é realizar concurso público para contratação de 50 guardas.


Sabão no chafariz vira argumento para aprovação

Antes de o pedido de vistas ser apreciado, a proposta chegou a ser debatida. Apenas manifestaram-se o presidente da Câmara, Valdecir Rubbo (PDT) e a líder de governo Neilene Lunelli Cristófoli (PT). Enquanto tentava defender a aprovação do projeto, a vereadora usou como argumento o ato de vandalismo que ocorreu na noite do último domingo, dia 22, na praça Vico Barbieri. “Se a Guarda Municipal já estivesse atuando em Bento, o ato não teria acontecido”, disse a vereadora.  Entretanto, a afirmação foi contestada por Rubbo. “Mesmo que tivéssemos votado o projeto no dia em que o mesmo chegou a esta Casa, não haveria tempo hábil para que a Guarda entrasse em funcionamento ainda neste ano”, garantiu explicando os trâmites burocráticos necessários como contratação de empresa para realização de concurso público, período para inscrições, realização de provas e homologação dos resultados. O vereador, que disse ser favorável ao projeto, comentou também que não se poderia aprovar o projeto às pressas só por ser promessa de campanha do prefeito Roberto Lunelli. “Não precisamos apressar a votação. Se era um projeto para ser votado com pressa, deveria ter chegado ainda no ano passado”, argumenta.

 

Reportagem: Carina Furlanetto

 

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