Morador próximo da Unidade Básica de Saúde (UBS) de lata do loteamento Sandrin, no bairro Fenavinho – cuja obra está parada há mais de um ano –, Batista Pedro Signor diz ter se tornado uma espécie de guardião da estrutura inacabada que começou a ser erguida no governo passado. À espera de que a prefeitura decida o que fazer com o empreendimento, o aposentado vigia a precária edificação para evitar que moradores de rua utilizem o espaço como casa improvisada ou grupos se reúnam para consumo de drogas no local.
Não é uma tarefa fácil, segundo Signor, porque o lugar tem sido bastante visado nos últimos meses. “Eu fico de olho, e sempre que vejo que alguém para ali e fica cuidando, vou lá perguntar o que a pessoa quer. Mas o que eu gostaria mesmo de saber é por que o prefeito prometeu terminar o que foi começado e ainda não fez nada”, reclama.
A queixa de Signor não é só pelos vizinhos de ocasião que possam oferecer risco à comunidade: com problemas cardíacos, ele precisa se deslocar até o bairro Licorsul para encaminhar atendimentos pela rede pública. Outra situação que incomoda é a ausência de passeio público em torno da (quase) UBS, o que obriga os pedestres a passarem pela rua ou em meio a restos de construção, pedras e mato. “Se fizessem pelo menos a calçada, já ajudaria um pouquinho. Na hora de exigir que a gente faça, eles são rápidos, acho que todo mundo por aqui já foi notificado. Por que eles também não fazem quando a gente cobra?”, indaga o morador.
Prazo vencido
Há um mês, a prefeitura anunciou a abertura de uma nova licitação para a conclusão da Unidade de Pronto Atendimento 3 (UPA 3), no bairro Botafogo. A obra também estava parada desde a crise financeira do final de 2012 e será retomada em 2014. Na ocasião, o secretário de Governo, Cesar Gabardo, garantiu que em duas semanas seriam divulgadas as medidas para as UBSs de lata, que no total são seis. Até o fechamento desta edição, porém, nada foi definido.
Buracos, matagal e meia pista
Outros problemas nos arredores da UBS paralisada também são apontados por Batista Pedro Signor. De acordo com ele, mesmo após várias reivindicações ao governo municipal, inclusive com repetidas ligações ao “Fala, Cidadão”, a conclusão do calçamento na rua Miguel Arcanjo Da Rolt, que passa ao lado da unidade, ainda é aguardado pelos moradores. Signor também pede que a administração faça roçadas mais frequentes nas áreas verdes e cobre dos proprietários a limpeza dos terrenos particulares. “A verdade é que o Loteamento Sandrin está esquecido pela prefeitura”, conclui.
Reportagem: Jorge Bronzato Jr.
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