Há um vírus por trás do vírus

Crises deveriam servir para, além de tudo, “limpar” o mercado, mas mais uma vez não será o que veremos. Desde a crise de 2008, o mundo vem acompanhando um crescimento econômico cheio de buracos, juros baixos de governos que motivam o empréstimo de dinheiro o tempo todo. Banqueiros e seus trilhões arrecadados sobre a pele de outros, péssimos gerentes para péssimas empresas. Querem um exemplo? A empresa Uber no ano passado fechou com prejuízo de 8,5 bilhões de dólares. E sabe a tão queridinha Netflix? 15 bilhões de dólares em prejuízo só em 2019. Como, então, sobrevivem? Na maioria das vezes com empréstimos governamentais. Sim, o dinheiro do povo financia empresas privadas e seus prejuízos.

Que o Estado é péssimo para gerir dinheiro, isso todo mundo sabe, afinal o Estado não gera um mísero real, cada centavo usado por governos é extraído em forma de impostos. Ou seja: nós suamos e eles nos sugam. De consolo poderiam nos servir as crises, caso essas trouxessem rostos ao público, mas não é o que ocorre. Este ano de 2020 poderia ficar conhecido como o ano em que o mercado quebrou trazendo a face dos péssimos administradores, mas, por fim, se tornará o ano do Coronavírus. Observem os noticiários, leiam sobre as grandes empresas que estão pedindo ajuda de governos, deem uma olhada no tamanho da dívida que essas empresas acumularam e concluam se esse vírus não surgiu como uma dádiva aqueles que por mais de uma década exploraram o sistema e as populações.

Pânico e medo diante de um amanhã incerto. Mais devastadora que essa praga são as pragas sistêmicas que, ano após ano, ganham uma nova munição para seguirem quebrando mercados e arrancando o sangue dos trabalhadores no mundo todo. Enquanto isso, lá na China comunista, temos uma amostragem clara do que tantos aqui no Brasil lutam para implementar: um socialismo covarde focado em eliminar qualquer pensamento contrário aos deles.

Não, esse não é o maior vírus das últimas décadas. A grande doença que nos consome é invisível e pretende se manter silenciosa. Assim presenciaremos mais um ano jogados ao medo da ruína, famílias trabalhadoras expostas à incerteza que colapsa a saúde mental e financeira. Assim, mais uma vez, veremos os amigos dos reis serem salvos, e os grandes culpados fugirem, deixando um rastro ocultado por uma suposta doença surgida do acaso.

É a jogada perfeita, tão perfeita que é impossível não pensarmos sobre até onde vão as coincidências. Um mercado prestes a quebrar devido a uma centena de mãos sujas encontrando o álibi perfeito para não existirem mais tais culpados.

Um dia olharemos para trás e tudo que lembraremos é sobre como um vírus causou todos esses transtornos e mortes, esqueceremos então daqueles que verdadeiramente nos enterravam. E, assim, contaremos como vencemos um agente infeccioso invisível sem perceber que na verdade nunca nem chegamos perto de nossos verdadeiros inimigos.

Você pode gostar também