Hábitos que prejudicam a fertilidade masculina
Que os homens cuidam menos da saúde, isso já está provado e comprovado por várias pesquisas. A última delas, feita pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE, evidencia que 79,4% da população masculina autoavalia sua saúde como boa ou muito boa e, por isso, não acha necessária a visita ao médico. E não é só o coração ou a pressão que saem prejudicados com a omissão. Alguns maus hábitos podem trazer consequências diretas para a fertilidade masculina.
Ao envelhecer, os homens já apresentam queda na qualidade e quantidade do esperma. “A partir dos 45 anos, eles começam a procurar mais os médicos porque notam dificuldades de ereção, desânimo e falta de disposição. Muitos podem estar iniciando uma fase chamada Distúrbio do Envelhecimento Masculino, caracterizada por um declínio das faixas hormonais e da qualidade seminal. Por isso, ao notar os primeiros sintomas, o ideal é procurar um médico”, ensina o urologista Carlos Gobbo. Quanto mais saudáveis são os hábitos, maior a longevidade e a qualidade do esperma, como mostra um trabalho publicado no “American Journal of Edipemiology”. “Fazer exercícios físicos, evitar excessos na alimentação, ter um relacionamento afetivo estável e acabar com os vícios prejudiciais para a saúde, vão ajudar a aumentar sua fertilidade e qualidade de vida”, explica o especialista.
A Organização Mundial de Saúde define um nível normal da concentração espermática como sendo aproximadamente 20 milhões/ml ou mais. Abaixo disso já é considerado preocupante para a saúde masculina.
Os melhores nutrientes para a fertilidade do homem
Muitos homens não têm a causa de infertilidade evidenciada pelos médicos. São homens cujo tratamento é mais difícil e prolongado, principalmente em busca de uma melhora no espermograma e nos outros exames que são utilizados para avaliar a fertilidade. Eles podem ser tratados com alguns medicamentos e vitaminas com a intenção de melhorar a fertilidade, embora muitos deles não tenham comprovação científica adequada para se afirmar tal benefício.
Não podemos esquecer também de que alimentos ricos em vitaminas específicas para a fertilidade e o acompanhamento médico são fundamentais durante o uso de suplementos, medicações e vitaminas. A promessa sempre é de melhora do número e qualidade dos espermatozoides. Mas muitas vezes isso não significa o aumento das chances de gravidez e, em alguns casos, o uso de maneira inadequada ou sem a correta indicação pode até piorar a fertilidade masculina.
O foco de ação das vitaminas e medicações atualmente é o combate aos tão famosos radicais livres e seus efeitos deletérios na produção dos espermatozoides. Desta forma, muitas delas são conhecidas como antioxidantes.
Vale lembrar que o estilo de vida saudável, com menos estresse, longe do cigarro, com o peso na faixa correta e a prática de atividades físicas são tão importantes quanto a ingestão adequada de vitaminas e suplementos. Além disso, os efeitos destas substâncias ocorre a longo prazo e não imediatamente. Mesmo casais que estejam em tratamento de reprodução assistida podem se beneficiar do uso de polivitamínicos. Uma boa orientação nutricional, aliada ao acompanhamento de cada caso por um especialista em reprodução humana, pode ajudar na realização do sonho de ter filhos.
Vitamina A: A vitamina A, presente em alimentos como fígado, brócolis, frutas e vegetais de cor amarela, laranja ou vermelha (cenoura, damasco seco), é essencial para utilização de proteínas e de outras vitaminas.
Vitamina C: A vitamina C, utilizada sob a forma de comprimidos, também presente na laranja, limão, acerola, brócolis, couve e couve-flor, é um potente antioxidante e pode melhorar a movimentação dos espermatozoides. Uma dose diária de 1.000mg de vitamina C é suficiente.
Vitamina E: A vitamina E pode proteger os espermatozoides de mutações e auxiliar na produção de hormônios importantes para a fertilidade masculina, além de ser um antioxidante. Suas fontes principais são: óleo de gérmen de trigo, óleo de girassol, nozes, amendoim e brócolis. A dose diária recomendada é de 400UI e pode ser encontrada em polivitamínicos. A carência de vitamina E pode levar a problemas no sistema reprodutor, como degeneração dos testículos e supressão da fertilidade.
Zinco: O zinco, presente em cereais integrais, ostras, frutos do mar, gérmen de trigo, ovos, abóbora, avelãs e outras nozes, feijões, levedo de cerveja e cebolas, está associado à melhora da concentração e contagem de espermatozoides. A dose eficaz é de 15mg por dia e também está presente em diversos polivitamínicos.
Ômega-3: O ômega-3, geralmente encontrado em peixes, soja, milho, ovos e leite, melhora a movimentação dos espermatozoides, aumentando as chances de fecundação do óvulo. Também pode ser encontrada em preparados vitamínicos, com 3g ao dia. Estudos em ratos, nos Estados Unidos, demonstraram reversão do estado de infertilidade com o uso prolongado da substância.
Sinais de perigo
Obesidade: um estudo recente feito pela “Fertility and Sterlity” descobriu que os obesos tendem a ter uma contagem de esperma baixa em comparação aos homens mais magros, pois o alto nível de gordura corporal está associado a mudanças no conjunto de proteínas que permite a sobrevivência e função do espermatozoide. E não é só isso. Além de serem em menor quantidade, os que sobram tendem a moverem-se sem rumo, o que dificulta a concepção. “Os testículos ficam dentro de uma bolsa que precisa ter uma temperatura menor que a do corpo, por isso, o saco escrotal fica pendurado. Só que quando o homem tem muito tecido adiposo, as partes do corpo ficam em contato com o saco escrotal e acaba elevando a temperatura da região, prejudicando a qualidade do espermatozoide”, explica o urologista Carlos Gobbo, da Unesp.
Excesso de bebida alcoólica: se você estiver pretendendo ter um filho, é bom maneirar na bebida. O urologista explica que o álcool em excesso está associado à diminuição da testosterona e, portanto, diminuição no volume do sêmen. Por isso, quanto mais álcool for ingerido e mais longo for o período de abuso, maior será o comprometimento da fertilidade.
Tabagismo: tudo que é em excesso é ruim, mas no caso do cigarro, o menor sinal já é responsável por alterações na qualidade do sêmen. Médicos israelitas descobriram que os fumantes apresentam elevadas concentrações de cotinina, uma substância derivada da nicotina e que está presente, inclusive em fumantes passivos. Os homens que possuem uma elevada dose de cotinina apresentam alterações na preparação do esperma e, consequentemente, taxa diminuída de fertilização. Essa pesquisa verificou que, independentemente de a mulher fumar ou não, quando o homem é fumante, a taxa de fertilidade do casal é de apenas 44,9%.
Maconha: o uso de drogas ilícitas também possui um efeito diretamente na fertilidade. “As drogas ilícitas podem levar às alterações da condição espermática. A maconha faz o espermatozoide perder a força para subir até a trompa, o que deixa a fecundação impossibilitada”, explica.
Anabolizantes: é muito comum ver homens que querem ficar fortões sem pegar firme na malhação fazerem uso de anabolizantes, mas o que poucos sabem é que essas substâncias podem destruir a fertilidade. De acordo com a nutróloga Melona Gouveia Castro, especializada em medicina esportiva, o uso de anabolizantes induz o organismo a diminuir a produção dos hormônios masculinos. “Além do comprometimento da fertilidade, os esteroides provocam um rebuliço no metabolismo a ponto de causar uma pane geral, levando ao surgimento do câncer (no fígado ou nos testículos), infarto, hipertensão, aumento do colesterol ruim, alterações de humor e amarelamento da pele, devido à sobrecarga do fígado.”
Poluição: a má qualidade do ar também é capaz de prejudicar a fertilidade dos homens. Segundo um estudo feito pelo Hospital das Clínicas, a poluição é uma das causas modernas mais graves para a infertilidade masculina. Os homens que respiram ar mais poluído apresentam maior concentração de radicais livres no sangue, o que provoca uma baixa na qualidade dos espermas.
Fonte: Andressa Basílio
Portal Minha Vida
(www.minhavida.com.br)
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