Haitianos necessitam de doações

Com a promessa de uma vida melhor após o terremoto em 2010 que devastou o país, um grupo de 19 haitianos com idades entre 20 e 50 anos mudou-se para Bento Gonçalves. São 14 homens e cinco mulheres que vivem no município há cerca de dois meses. Alguns deles vieram direto do país caribenho e outros foram iludidos por uma empresa da cidade, que prometeu emprego digno e moradia. Mas, infelizmente, a promessa era apenas uma ilusão. Abandonados à própria sorte e sem falar português, os haitianos passaram fome e frio quando chegaram a Bento. Até que um grupo de voluntárias ficou sabendo do caso e mobilizou-se para ajudar. Hoje, já abrigados e empregados, eles necessitam de móveis e dinheiro para pagar aluguel, água e luz até receberem o primeiro salário. 

Uma verdadeira corrente de solidariedade foi articulada através da página do Facebook para arrecadação de roupas, alimentos, móveis e dinheiro, além de busca por oportunidades de emprego. “Fiquei sabendo da situação deles através de uma amiga e, discutindo como poderíamos ajudá-los, decidimos que seria melhor realizar um evento via Facebook. Convidamos inicialmente cerca de 300 amigos. Em menos de quatro horas já havíamos recebido mais de mil ligações de pessoas preocupadas com a situação e dispostas a ajudar”, conta Maria Tieppo. Em menos de 15 dias, uma grande quantidade de comida e de roupas foi arrecadada e entregue aos imigrantes. Algumas empresas de alimentos, de móveis e da construção civil de Bento e da região também se sensibilizaram e ofereceram empregos. “Foram tantas ligações que até nos perdemos. Não esperávamos que tivesse tanta repercussão e tanta ajuda”, enfatiza.

Todos são imigrantes legais e têm visto de permanência no país por cinco anos. “Eles deixaram a família no Haiti e querem trabalhar para conseguir dinheiro e ajudar os familiares que ainda estão lá. Alguns querem trazê-los para Bento. Quando falamos com eles, percebemos que eles são bem sofridos e ressabiados, já que passaram fome, não tinham emprego, o país em que nasceram está destruído e também foram muito enganados”, relata Maria.

A cada dia, um novo imigrante chega à cidade. Hoje eles dividem duas moradias alugadas. “Eles só querem o essencial até conseguirem receber o próprio salário para o sustento. É possível perceber que eles têm bastante esperança de conseguir algo melhor por aqui e uma vida digna”, descreve.

Contato

Interessados em ajudar o grupo de haitianos podem entrar em contato com as voluntárias Juliana Deconto (9148 0557) ou Maria Tieppo (9144 9232). São bem-vindos camas, colchões, travesseiros, roupeiros, sofá, armário de cozinha, pia, panelas, pratos, copos, talheres, mesa, cadeiras, geladeira, fogão, armário para banheiro e aquecedores.

Reportagem: Katiane Cardoso

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