Heitor Müller diante da agenda empresarial gaúcha

A classe empresarial regional lotou o Salão de Eventos do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC/BG) para ouvir o presidente do Sistema Fiergs – Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Heitor José Müller. A palestra-almoço realizada na segunda-feira, dia 26, deixou claro que a agenda de desafios do empresariado é mais do que extensa. Problemas antigos e novas dificuldades preocupam a entidade. Mas a grande e boa do dia foi a notícia de que o BNDES está disponibilizando ao Governo do Estado R$ 1 bi e 300 mi para a manutenção das estradas gaúchas, anúncio aplaudido por todos no auditório.

Com muitos caminhos a trilhar, a redução da jornada de trabalho é um dos temas que vem sendo acompanhado de perto pela Fiergs. Heitor Müller disse que insistir nesta proposta é o mesmo que dar um tiro no pé. “Se isso acontecer estaremos mais vulneráveis do que nunca diante de produtos baratos que vêm da Ásia, especialmente da China”, destacou. Quanto ao aumento do aviso prévio de 30 para até 90 dias, se mostrou insatisfeito alegando que o projeto vai encarecer a produção nacional e favorecer países que invadem o mercado brasileiro com produtos de baixo valor. Müller ressalta que já existe indenização proporcional por tempo de serviço através do FGTS e que tal medida, além de tirar a competitividade do produto brasileiro, também estimula a informalidade.

Entretanto, nem tudo está perdido. “Perdemos no projeto do aviso prévio, mas conseguimos a revogação da nova CPMF”, ponderou. Em relação a infraestrutura gaúcha, Müller foi objetivo ao afirmar que é preciso lutar pelas parcerias público-privadas, as famosas PPPs. “Trabalho e união são as palavras-chave”, garantiu. O presidente do CIC/BG, Henrique Tecchio, evidenciou a representatividade da Fiergs na luta contra os mais variados problemas enfrentados diariamente pela indústria gaúcha.

Outro projeto citado pelo presidente da Fiergs foi ‘O Bom Contribuiente’, que prevê a distribuição de pontos, seguindo os moldes das milhas conferidas por companhias aéreas. A proposta, que tramita na Assembleia Legislativa, propõe desconto gradativo no pagamento de impostos. Porém, o projeto vem encontrando resistência por parte de deputados estaduais. “Não está fácil. Existem deputados contra a proposta”.

Heitor Müller também destacou o aumento da massa salarial no Rio Grande do Sul, muito acima da inflação, e do aumento da produtividade. Com o piso salarial gaúcho alto o risco é a contaminação das negociações sindicais. Quanto a Agenda 2020, o presidente da Fiergs disse que o maior problema está na educação defasada. “As empresas são obrigadas a contratar profissionais cada vez mais fracos, com menos carga educacional e pouco conhecimento, o que exige maiores investimentos em qualificação”, esclareceu. O Rio Grande do Sul ocupa hoje o sexto lugar no Brasil em qualidade do Ensino Fundamental e quarto do Ensino Médio.

 

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