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Hipocrisia na Educação

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Há mais de um ano estamos vivendo em regime de “fique em casa para dar tempo de nos prepararmos para suportar os efeitos da Pandemia”, literalmente como fala o ditado popular, conversa para boi dormir. Hoje não escreverei sobre termos técnicos e sim sobre algo que vai destruir com gerações, sobre algo que vai sucumbir ainda mais a educação.

A educação vem sofrendo um sério golpe durante esta Pandemia, quando dezenas de milhões de crianças e jovens não têm apresentado um ensino de qualidade. A dificuldade e a diferença socioeconômica têm aumentado ainda mais o abismo que existe entre os que têm condições de buscar por um ensino de qualidade no sistema privado e aqueles que dependem do ensino público, na maioria das vezes, sucateado ou sem investimentos em infraestrutura ou qualificação profissional dos educadores.
Mas sempre tem aqueles oportunistas e hipócritas que dizem que na educação está sobrando dinheiro e por isso pode-se remanejar para outras áreas. Que me desculpem os que se dizem especialistas, mas desde quando verba para educação pode sobrar? Se isso acontece é porque falta gestão ou interesse, pois o que tenho visto nesta Pandemia são atividades remotas de baixa qualidade, o que dificulta ainda mais a aprendizagem das nossas crianças. Nestes casos não há muito o que fazer, pois a falta de estudo e qualificação dos nossos governantes é o reflexo do passado, do presente e do futuro, quando educação não é e nunca foi prioridade, pois um povo culto jamais os colocaria como seus representantes.

As escolas fechadas não representam somente uma defasagem na aprendizagem das crianças, e que pode ter reflexo por no mínimo quatro anos como dizem os especialistas, mas há também a dificuldade que os estudantes irão apresentar no futuro, de como se relacionar com o próximo. Pois o ato de aprender e ensinar é passado de colega para colega, que se ajudam, apoiando e compreendendo as dificuldades um do outro, construindo relações.

Enquanto as escolas permanecem fechadas, alguns professores fazem um extra com aulas particulares para aqueles pais que tem condições, extra este que só ocorre porque o professor cada vez é menos valorizado. Portanto é nítido que este abismo que existe na educação só tende a crescer e, aos governantes das esferas federal, estadual e municipal, cabe ressaltar que, no momento que as escolas particulares irem à falência, a obrigatoriedade de oferecer vagas na rede pública para todos os alunos passará a ser de vocês, gestores públicos, e com isso quero ver divulgarem que ainda está sobrando verba na educação. 
 

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