Homem do caso da mala na rodoviária de Porto Alegre foi preso e mulher já foi identificada
Publicitário Ricardo Jardim, 66 anos, foi preso acusado de deixar uma mala com parte de corpo na Rodoviária de Porto Alegre; a vítima foi identificada como Brasilia Costa, 65 anos

A vítima do caso da mala que chocou o Rio Grande do Sul foi identificada como Brasilia Costa, 65 anos, manicure e natural de Arroio Grande. Brasilia teria mantido um relacionamento amoroso de seis meses com o criminoso, que foi preso na noite de quinta-feira (4).
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu Ricardo Jardim, 66 anos, publicitário acusado de deixar uma mala com o tórax de uma mulher no guarda-volumes da Rodoviária de Porto Alegre. A ação foi conduzida por agentes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A investigação avançou a partir de imagens de câmeras de segurança da rodoviária. Nas gravações, feitas em 20 de agosto, Ricardo Jardim aparece usando boné, máscara cirúrgica e luvas ao abandonar a mala. Com base nas provas, a Justiça decretou sua prisão preventiva.
Ricardo já é conhecido das forças de segurança. Ele foi condenado em 2018 a 28 anos por matar a própria mãe, Vilma Jardim, de 76 anos, com 13 facadas e esconder o corpo concretado dentro de um armário no bairro Mont’Serrat, em Porto Alegre, em 2015. Apesar da condenação, ele conseguiu a progressão para o regime semiaberto em janeiro de 2024, após cumprir quase seis anos de pena. Contudo, em abril de 2024, foi considerado foragido, e o mandado de prisão para retorno ao regime fechado só foi expedido em fevereiro de 2025.

A perícia confirmou que o tórax encontrado pertence à mesma pessoa cujos braços e pernas foram localizados em 13 de agosto, no bairro Santo Antônio, zona leste da capital. Um detalhe que chama a atenção dos investigadores é a precisão técnica dos cortes.
O caso da mala veio à tona em 1º de setembro, quando funcionários da rodoviária localizaram a mala no guarda-volumes, que chamou a atenção pelo forte mau cheiro. Ao abrirem, os funcionários encontraram o tronco de uma pessoa. Agora, com a prisão de Ricardo Jardim, a investigação se concentra em esclarecer os detalhes do crime, mas já há indícios de que a motivação pode ter sido financeira.
A vítima, Brasilia Costa, teria mantido relacionamento amoroso de seis meses com o acusado, enquanto ele morava em uma pousada no bairro São Geraldo. Após o crime, Ricardo Jardim se mudou para outra pousada no bairro São João, onde foi preso. A investigação aponta que ele usou o celular da vítima para enviar mensagens aos parentes, fingindo ser ela, atrasando a comunicação sobre o desaparecimento.
As autoridades também buscam esclarecer se Ricardo fez outras vítimas. “Ele tem traços de personalidade de assassino em série”, afirmou o diretor do DHPP, delegado Mario Souza, ao Correio do Povo. “Ele quis se expor ao deixar parte de um corpo na rodoviária, porque acreditava que jamais seria capturado. A intenção era manipular as autoridades, tanto que fez denúncias falsas após o crime”, completou o delegado.