Homem é condenado por abusar de 3 crianças dentro de centro religioso no RS
Luís Carlos Soares foi denunciado à Justiça em março de 2023 e chegou a permanecer um tempo foragido; a defesa recorreu, mas ele segue preso
Um homem, de 63 anos, foi condenado a 44 anos e meio por estupro de vulnerável (pelo abuso de três crianças), por corrupção ativa de testemunha e coação no curso do processo, em Vera Cruz, no Vale do Rio Pardo. Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), Luís Carlos Soares foi denunciado à Justiça em março de 2023 e chegou a permanecer um tempo foragido. A defesa recorreu, mas ele segue preso.
A pena teve um acréscimo por considerar que o réu tinha autoridade sobre as crianças. Segundo a promotora Maria Fernanda Cassol Moreira, que atuou na acusação, as mães das vítimas as levavam a um centro religioso administrado pela esposa do acusado e seria nesse local que elas seriam abusadas. A investigação apurou três denúncias de abuso sexual contra três meninas que frequentavam o centro.
“Ele aproveitava momentos em que estava a sós com as crianças, durante os rituais. As mães confiavam nele, por ser uma figura de liderança naquele lugar”, aponta a promotora.
Conforme a delegada que investigou o caso, Lisandra de Castro de Carvalho, profissionais de psicologia e assistência social que atenderam as crianças atestaram a veracidade do relato delas. “Quando foi pedida a prisão, ele fugiu. Tivemos de fazer uma série de diligências e o prendemos na cidade de Encantado”, relata.
Contraponto
O advogado de Luiz Carlos Soares, José Augusto Paranhos Luz, afirma que seu cliente nega as acusações. Para o advogado, a sentença de 44 anos foi muito elevada. Na opinião dele, o crime, mesmo se comprovado, seria de importunação sexual, não estupro de vulnerável — que tem a pena maior. A defesa também nega que o homem fosse um líder religioso e questiona o adicional na pena.
Paranhos Luz argumenta que também não teria ocorrido crime de corrupção ativa de testemunha. Segundo ele, a denúncia, neste caso, é de que o acusado teria dado dinheiro para a mãe de uma das vítimas, que seria apenas informante, mas não teria testemunhado os crimes.
Por fim, o advogado cobra uma explicação detalhada de como a veracidade do relato das vítimas teria sido atestada. Segundo ele, a defesa não recebeu nenhum documento explicando como se constatou que as crianças estavam falando a verdade.
Fonte: GZH