Homem é julgado por assassinato cometido em 2006

O pedreiro José Mikolaickz, de 49 anos, foi julgado nesta quinta-feira, dia 16, pela morte de Valmor da Silva e pela tentativa de homicídio praticada contra uma criança de apenas oito anos, filho da vítima. O fato aconteceu no dia 21 de janeiro de 2006. Após mais de sete horas de julgamento, os sete jurados, sendo duas mulheres e cinco homens, consideraram o réu culpado pela morte de Silva e o absolveram pela tentativa de homicídio contra o garoto. Mikolaickz foi condenado a seis anos e seis meses, em regime semiaberto, que deverá ser cumprido no Presídio Estadual de Bento Gonçalves.

O crime ocorreu na rua Júlio Luiz Mussoi, bairro Ouro Verde. Conforme a sentença de pronúncia, uma desavença entre os dois, que eram vizinhos, seria a motivação do assassinato. Durante o interrogatório judicial, o acusado alegou que a ação foi em legítima defesa. Ele relatou que havia solicitado a um de seus filhos que fizesse a limpeza de um espaço público. Ao chegar no local, o garoto foi impedido. Ele chegou em casa alegando que um “bandido” queria matá-lo e que teria sido ameaçado com um martelo, jogando-se em um barranco para desviar dos golpes. Foi quando Mikolaickz foi ao encontro do vizinho para verificar se ele havia visto o suposto “bandido”. Após afirmar que não, eles começaram a discutir em virtude de Silva não querer mais que o réu e seus familiares passassem pelo local. Na versão apresentada pelo pedreiro à Justiça, a vítima teria ido em direção a ele com um pedaço de madeira. Mesmo pedindo para não ser agredido, ele teria sofrido golpes de estaca que machucaram seu braço e mão, o que fez com que ele disparasse. O acusado alega que o primeiro tiro foi dado em direção ao chão e os quatro seguintes apontados para a vítima, o que não impediu que o ataque continuasse. Em juízo, o réu contou que ao conseguir se desvencilhar de Silva, que caiu sobre ele, começou a correr e percebeu que o irmão da vítima atirava em sua direção, o que fez com que ele fugisse para um matagal e permanecesse escondido por um período de cerca de duas horas. Mikolaickz confessou ter assassinado Silva, mas negou os disparos contra o filho e a esposa dele. Quanto ao questionamento sobre por que estava armado, ele não soube responder.

Contradições

A versão apresentada pelo acusado durante o processo é contestada pela viúva e pelo filho, que também foram atingidos, e por outras testemunhas. A companheira de Silva relatou, em seu depoimento, que estava dentro da moradia no momento do ocorrido e, após escutar o primeiro disparo, foi ao encontro dos dois. Foi neste instante que ela foi atingida no braço e o filho, na barriga, o que obrigou a remoção de um pedaço do intestino dele. Ela ainda alegou que não havia nenhuma arma ou objeto nas mãos do marido e que não viu nenhum pedaço de madeira próximo ao corpo. Segundo a viúva, a colocação de uma viga de concreto para evitar que a casa fosse alagada, na qual os filhos do réu mexeram mesmo sem autorização, teria sido o motivo do crime. A mulher ainda garantiu que nunca houve proibição de transitar no local por parte do marido e que teria escutado cerca de 15 disparos.

A defesa de Mikolaickz ainda tentou alegar legítima defesa, mas a versão não foi acatada pela juíza Fernanda Ghiringhelli de Azevedo, que decretou que o pedreiro deveria ser julgado pelo tribunal do júri. Ele respondeu ao processo em liberdade, uma vez que não apresentava antecedentes criminais. Hoje, reside na cidade de Estrela.

 

Reportagem: Katiane Cardoso 

 

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