Notícia atualizada em 28.05.2015, às 11:10
Advogados de Garibaldi e Carlos Barbosa ingressarão com Ação Judicial Cível contra o site de jogos PokerStars. A decisão foi anunciada durante reunião realizada na última quarta-feira, dia 27, nas dependências da Associação Comercial de Industrial (ACI) de Carlos Barbosa. Os advogados Anderson Baldasso, Kátia Colombo e Rodrigo Mânica estão solicitando reparo a um garibaldense que perdeu R$ 500 mil no jogo virtual, porém, o poker não é proibido no Brasil.
Segundo os advogados, outras pessoas também teriam perdido grandes quantias. Existe a informação de que em Carlos Barbosa uma pessoa perdeu um apartamento e outra teve prejuízo de US$ 50 mil. No caso ocorrido em Garibaldi, ainda de acordo com os advogados, a vítima desenvolveu um comportamento obsessivo e compulsivo a partir deste jogo via internet. Ela perdeu empresa, carro, moto e outros bens. O empresário chegava a utilizar oito telas, em 45 salas de jogos, enfrentando 145 pessoas simultaneamente. O homem, que não teve o nome revelado, vendeu os bens para financiar o jogo.
Conforme o advogado Anderson Baldasso, a ação é inédita no país e, além de reparações materiais e morais, os advogados querem também o bloqueio das ações da página no Brasil. “Esse site não é brasileiro, por isso não podemos pedir o fim das operações, mas queremos que a Justiça o bloqueie nos servidores do país”, afirma.
O advogado disse ainda que irá acionar juridicamente a Polícia Federal, Receita Federal e órgãos competentes para que investiguem as ações comerciais do site no Brasil. “Ele evade divisas no país, manda todo o dinheiro para fora, usa laranjas em operações financeiras e se utiliza de doleiros para enviar o dinheiro”, acusa Baldasso.
Somente na região, seriam mais de 50 pessoas que teriam perdido bens e dinheiro devido ao vício no jogo. O advogado lembra que o poker não é considerado um jogo de azar no Brasil, mas pretende tentar reverter esta situação. “Como não é jogo de azar? Para vencer, depende da sorte em virar a carta certa. Nós juntamos diversos documentos, áudios e vídeos que comprovam que o poker é sim um jogo de azar”, aponta.
“Essa vítima é viciada em jogos, e o site faz apologia ao jogo todo o tempo. Ele não sabia quando era dia ou noite, só jogava. Perdeu tudo que tinha e hoje tem apenas dívidas. Imagina quantas pessoas estão nesta situação e não sabem a quem recorrer”, finaliza o advogado. Para preservar o nome dos envolvidos, a Ação Cível corre em segredo de Justiça e deve ser julgada dentro de 30 dias.
Reportagem: Jonathan Zanotto
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