Homem que matou sobrinho pode ir a júri popular

O acusado pela morte de Daniel Fleck Sanches, 33 anos, Natalino Basso, 67 anos, pode ir a júri popular. O crime aconteceu na noite do dia 10 de julho de 2011, na linha Brasil, interior de Pinto Bandeira. A decisão foi proferida pela juíza da 1ª Vara Criminal, Fernanda Ghiringhelli de Azevedo, no último dia 13. Basso matou Sanches com um tiro na cabeça, disparado com uma espingarda calibre .36, após uma discussão. Ele ainda lavou o local do crime e o veículo que utilizou para levar o corpo do rapaz até uma gruta, distante cerca de dez quilômetros da propriedade. Basso está sendo acusado de homicídio qualificado – recurso que dificultou a defesa da vítima – e ocultação de cadáver. Em seu depoimento, ele alegou legítima defesa. Da decisão cabe recurso.

Conforme a sentença de pronúncia, a discussão entre os dois teve início depois que eles voltaram do hospital, aonde haviam levado a companheira de Basso, tia da vítima, para atendimento médico – ela sofreu fratura nas costelas após o veículo em que estava, dirigido pela vítima, ter se envolvido em um acidente. “Eu disse assim: ‘mas, Dani – mas, numa boa, não de brabo – se tu tivesse escutado o tio, de ter ido devagar, não correr assim, não ia acontecer nada’. Ele [vítima] começou a blasfemar. E sempre com aquela mão embaixo, embaixo do blusão. Daí eu disse pro C.O. [um dos parentes que estavam no local no momento do fato]: ‘o Dani tá armado, viu, tem que ver, ele tá armado’ e daí o C.O.  disse: ‘tu tá armado, Dani, tu tá armado? Mostra, mostra o revólver.’ E ele: ‘não é um revólver, é uma quadrada’, quis dizer que era uma pistola que ele tinha. O C.O. pegou ele pra revistar e ele começou gritar ‘me larga, me larga, que eu quero o Natalino!’. E se o C.O. larga ele, tinha mais faca em cima da mesa, o meu medo, ele ia matar os três. Eu só passei pra outra peça… Peguei a espingarda e dei um tiro nele”, relatou Basso, em seu depoimento na fase processual. As testemunhas ainda teriam tentado fazer com que Basso não atirasse, mas sem sucesso. Quando foi atingido, Sanches estava contra a parede sendo segurado por uma das testemunhas que estariam tentando revistá-lo à procura de alguma arma. Porém, nada foi encontrado com a vítima. 

Após o disparo, Basso teria solicitado que os outros dois parentes o ajudassem a colocar o corpo da vítima em sua caminhonete Pampa. Com medo de que pudessem ser atingidos, ambos fugiram do local e acionaram a Brigada Militar. Ainda segundo o depoimento do acusado, ele afirma que o disparo foi feito a cerca de 40 a 50cm da cabeça da vítima e após este momento não se lembra do que aconteceu. 

Conforme o documento, tanto o local do crime quanto o veículo foram lavados. O corpo de Sanches foi encontrado por volta das 11h do dia seguinte, distante cerca de dez quilômetros da propriedade, por familiares da vítima.  Sanches estava na casa dos tios a menos de um dia, após ter se desentendido com seus pais. 

Basso foi encontrado em sua propriedade logo após a descoberta do corpo. Ele estava escondido e carregava uma bolsa e um cobertor. O acusado chegou a ser preso, mas foi liberado e responde ao processo em liberdade.

Reportagem: Katiane Cardoso


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