Homicídio vai a júri popular na próxima quinta

Passados quatro anos da morte do então motorista de ônibus Bernardo Farias Rodrigues, o acusado pelo crime, Adair Pereira, de 41 anos, será julgado na próxima quinta-feira, dia 15. Conforme a sentença de pronúncia, ele responderá por homicídio qualificado, uma vez que empregou recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Caso a tese defendida pelo Ministério Público seja aceita pelos jurados, ele pode ser sentenciado a até 30 anos de prisão. O julgamento começa às 9h, no Salão do Júri do Fórum de Bento Gonçalves, e é aberto ao público. 

O crime aconteceu no dia 25 de março de 2009, por volta das 19h. Os dois homens estavam na rua Pernambuco, bairro Humaitá, quando o réu disparou contra o tórax e o rosto da vítima com um revólver calibre .32. Segundo a sentença de pronúncia, o motorista não estava armado.

Pereira e Rodrigues eram vizinhos e tinham desavenças antigas. Horas antes do assassinato, eles haviam participado de uma audiência no Fórum. A esposa do acusado foi condenada a pagar cestas básicas por ter agredido a companheira da vítima. 

Em depoimento à juíza Fernanda Ghiringhelli de Azevedo, o réu alegou ter agido em legítima defesa. Pereira explicou que vinha sendo ameaçado pelo vizinho, que acreditava que ele estaria mantendo um relacionamento amoroso com a sua esposa. O suposto caso teria sido relatado durante uma briga do casal. Já a companheira do acusado alegava que Rodrigues a assediava. Em uma das investidas, ele teria rasgado suas vestes e machucado suas mãos.

“Guampudo”

Segundo a sentença de pronúncia, um gesto feito por Rodrigues teria sido o motivo para o assassinato. Ao passar pelo veículo do acusado, ele teria feito um sinal com os dedos dando a entender que o chamava de “guampudo” (termo utilizado no documento, referente a uma suposta traição). Indignado, Pereira o teria perseguido para exigir explicações. Quando ambos pararam, a vítima teria feito menção de pegar algo no porta-luvas do carro. Pensando que o motorista estava armado, o réu foi até o carro, pegou a arma de fogo que portava e atirou, deixando o local em seguida. Em juízo, Pereira contou que havia adquirido o revólver para proteção cerca de dois meses antes do crime em função de ameaças que vinha sofrendo. A alegação não foi aceita pela juíza, uma vez que ele não soube explicar porque não saiu do local na primeira oportunidade, em vez de buscar a sua arma.

Reportagem: Katiane Cardoso


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