Honraria para poucos

Na última quinta-feira, dia 26, a Seleção Brasileira de futebol estreou nas Olimpíadas de Londres.  Esta é a 11ª participação da modalidade nos jogos Olímpicos. Apenas em três, o Brasil voltou para casa com medalhas, em nenhuma delas com o ouro. Ao todo, 52 jogadores no país têm uma medalha para recordar sua passagem pelo maior evento esportivo do mundo. Mas apenas três deles conquistaram a honraria por duas vezes. Um deles é Luis Carlos Winck, técnico que comandou o retorno do Esportivo para a elite do futebol gaúcho. 

O ex-lateral direito guarda em casa duas medalhas de prata, conquistadas em 1984, nas Olimpíadas de Los Angeles, e 1988, em Seul. Ele divide as mesmas conquistas com o ex-volante Ademir Kaefer. Já o ex-atacante Bebeto, trouxe uma prata, em 1988, e um bronze, nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996.

Em 1984, com apenas 21 anos, Winck participou da “Sele-Inter”, quando 11 jogadores do Colorado de Porto Alegre, então tetracampeão Gaúcho, foram chamados para representar o Brasil nas Olimpíadas. Treinado por Jair Picerni, na época técnico do Corinthians, e reforçado com atletas como Gilmar Popoca, Chicão e Luis Henrique, o time perdeu a final para a França por 2 a 0.

Já em 1988, o técnico do alviazul fez parte de uma seleção que serviu de base para a montagem da equipe tetracampeã da Copa do Mundo em 1994, nos Estados Unidos. Treinado por Carlos Alberto Silva e jogando ao lado de craques como Taffarel, Ricardo Gomes, Mazinho, Andrade, Romário e Bebeto, Winck chegou a sua segunda final olímpica, desta vez contra a União Soviética. O Brasil chegou a fazer 1 a 0, mas tomou a virada em um gol de pênalti e outro de contra-ataque, no final da partida.
 

Ensinamentos

Para chegar à final em Los Angeles, o Brasil precisou passar pela Alemanha Oriental na semifinal. O jogo estava empatado em 1 a 1, até que no final do segundo tempo o meia Geovani cometeu pênalti no atacante Jürgen Klinsmann. Taffarel defendeu a cobrança. Na decisão por pênaltis, Winck foi um dos brasileiros a marcar. Com apenas uma cobrança desperdiçada contra três dos alemães, o Brasil foi disputar a medalha de ouro novamente.

É deste momento que Winck retira uma de suas principais marcas como treinador: sempre manter os pés no chão. “Depois que ganhamos dos alemães, achamos que o ouro já era nosso. Ainda saímos na frente na final, mas acabamos com a prata. É por isso que sempre digo aos meus atletas para trabalharmos jogo a jogo”, avalia. “Mesmo assim, foi um momento muito especial. Fui recebido com carreata em Portão, recebemos da mão do presidente [José Sarney] uma medalha de honra ao mérito. Isso é que fica para a história”, complementa.
 

Fora de campo

Em 1988, Winck lembra que o Brasil ficou em um hotel afastado do restante dos atletas. Mas em 1984, a seleção ficou na Vila Olímpica. Para o técnico do alviazul, o choque cultural foi indescritível. “Nem sabíamos aonde ir naquela praça de alimentação gigantesca. Conhecemos atletas de todo o mundo. Foi lá que começou minha amizade com o Renan (Dal Zotto), do vôlei. Torcíamos uns pelos outros”, descreve.

 
Reportagem: Alexandre Brusa

Siga o SERRANOSSA!

Twitter: @SERRANOSSA

Facebook: Grupo SERRANOSSA

Enviar pelo WhatsApp:
Você pode gostar também