Horário de verão pode voltar em 2025 para evitar apagões
Decisão sobre o horário de verão precisa ser tomada até agosto, pois a implantação exige pelo menos três meses de antecedência

Com o risco de déficit no fornecimento de energia em 2025, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) pode recomendar ao governo brasileiro a adoção do horário de verão ainda neste ano.
A medida ajudaria a reforçar em pelo menos 2 gigawatts a capacidade do Sistema Interligado Nacional (SIN) para atender o consumo nos horários de pico.
Em entrevista ao Estadão, o diretor de Planejamento do ONS, Alexandre Zucarato, explicou que, embora a geração de energia no país tenha crescido — puxada principalmente pela energia solar —, esse tipo de fonte não produz à noite e, por isso, não supre a demanda nos picos noturnos. Além disso, o consumo também aumentou, o que aprofunda o déficit de potência no sistema.
Sem novos leilões de energia e se as chuvas ficarem abaixo do esperado, os meses de outubro e novembro podem ser os mais críticos para o sistema elétrico.
Para evitar apagões, o ONS também considera importar energia de países vizinhos e ampliar os incentivos para redução voluntária do consumo por grandes consumidores.
A decisão sobre o horário de verão deve ser tomada até agosto, pois a implantação exige pelo menos três meses de antecedência. A medida, que costumava vigorar entre outubro e fevereiro, foi adotada no Brasil por mais de 30 anos e suspensa em 2019, no início da gestão de Jair Bolsonaro.
Segundo Zucarato, o déficit de potência está se agravando, e o horário de verão pode ser uma medida necessária para garantir o fornecimento de energia em 2025.