Idosa que morava em hotel de Garibaldi vivia em situação semelhante a escravidão, diz MTE
O gerente regional do MTE, Vanius João de Araújo Corte, afirma que o cômodo em que a mulher de 73 anos morava não reunia condições de saúde e higiene mínimas
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) de Caxias do Sul, que investigou a situação da idosa de 74 anos localizada em hotel de Garibaldi, considera que ela vivia em condições análogas ou semelhante a escravidão.
O gerente regional do MTE, Vanius João de Araújo Corte, afirma que o cômodo em que a mulher de 73 anos morava não reunia condições de saúde e higiene mínimas. ”Não tinha luz elétrica, não tinha entrada de ar, a roupa de cama era suja, o banheiro, que era separado do quarto, não tinha pia. Ela usava uma cozinha em condições precárias”, relata o gerente regional do MTE.
O MTE também reconheceu o vínculo empregatício da idosa com o hotel desde 2000. De acordo com o ministério, após avaliar documentos e ouvir funcionários, se chegou à confirmação de que ela permaneceu trabalhando no local. Ela realizava atividades de limpeza e substituía outros colaboradores em atividades auxiliares, segundo Vanius.
O estabelecimento foi notificado na sexta-feira, 17/02, tendo um prazo até o dia 23 de fevereiro para realizar o pagamento dos valores trabalhistas devidos à senhora. O representante que responde pela defesa do hotel diz que não é reconhecido qualquer vínculo de trabalho ou de emprego com a mulher.
A senhora estava desaparecida há 44 anos e foi localizada pela Polícia Civil no dia 31 de janeiro de 2023, após uma denúncia anônima. A idosa voltou a morar com familiares na cidade de Cachoeirinha, na Região Metropolitana.
Investigação policial
A Polícia Civil ouviu, nesta semana, mais seis pessoas. São atuais e ex-funcionários do hotel. Segundo o delegado Marcelo Ferrugem, em depoimento os funcionários disseram que não sabiam se a idosa tinha relação de trabalho com o hotel, mas sim que ela limpava a cozinha e o banheiro por conta própria.
A investigação sobre maus-tratos contra a idosa está mantida. A fase de oitivas foi encerrada. Agora, a polícia vai avaliar o relatório do Ministério do Trabalho e Emprego para concluir o inquérito.
*Com informações de Rádio Estação FM e G1 RS