Ifrs: há 54 anos formando enólogos

Os bancos escolares onde grande parte dos enólogos do Brasil adquiriram seus conhecimentos completaram 54 anos nesta semana. Após mais de meio século, o atual campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (Ifrs), que nasceu como Escola de Viticultura e Enologia de Bento Gonçalves, ainda tem a uva e o vinho como principais objetos de estudo.

Além de ser o pioneiro no ensino vitivinícola, o curso se manteve como único no Brasil até 2007. Hoje há mais dois no Estado. “Temos a vitivinicultura como válvula propulsora do instituto. Por mais de 40 anos, éramos a única escola a formar técnicos e tecnólogos em enologia. O tema tem raízes aqui”, afirma o diretor-geral do campus, Luciano Manfroi. 

Para comemorar o aniversário, o instituto inaugurou a Biblioteca Firmino Splendor, a primeira do país especializada na área vitivinícola. O acervo de mais de 15 mil documentos, livros, periódicos e materiais audiovisuais está disponível em um novo prédio, de dois andares, que ainda oferece salas de estudos e conferências, e acesso a computadores.

A biblioteca é aberta à comunidade em geral para consulta local, de segunda a sábado. A retirada de exemplares é permitida apenas para alunos, professores e funcionários do Ifrs.

Manfroi explica que o nome de Splendor foi escolhido em um concurso interno que envolveu a comunidade acadêmica e uma comissão específica, responsável por analisar o perfil do homenageado e sua contribuição com a instituição. 


O homenageado

A emoção é nítida na voz de Firmino Splendor ao falar da homenagem que recebeu do instituto. “Fico contente por receber esse reconhecimento em vida, geralmente acontece depois que a pessoa parte. É uma satisfação poder compartilhar esse momento com a minha família”, comenta.

Splendor fez parte da primeira turma de formandos do curso técnico em enologia do Brasil, na então Escola de Viticultura e Enologia, em 1962. Passou a lecionar no instituto em 1977 e só se aposentou 23 anos depois. Durante o período, atuou à frente de diversas disciplinas e participou da formação de mais de 600 alunos. “Ensinar não é apenas conteúdo e técnica, e sim passar o conhecimento, fazer com que o aluno saiba o bem que a disciplina pode fazer na sua formação”, pondera Splendor. A construção da nova parte física do campus foi elogiada pelo enólogo, que aponta o dinamismo da ciência como principal razão que leva os estudantes a buscarem a biblioteca. 

Ele cita ainda a necessidade da atualização em especializações e em conhecer diferentes idiomas. “É importante que os estudantes acessem a literatura e se especializem no assunto. Na minha época, o educador era o único modelo, não havia bibliografia sobre o assunto em português”, relembra.

Atualmente, ele se dedica à produção de licores em seu empreendimento, a Adega Splendor, além da publicação de livros sobre enologia. Após quatro obras, ele revela que está se dedicando a um novo projeto, de maior extensão.

Reportagem: Priscila Pilletti


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