Inadimplência provoca prejuízos de mais de R$ 11 milhões no comércio de Bento

R$ 11.032.438,00: esse é o montante que não foi pago no comércio de Bento Gonçalves nos últimos cinco anos. O número acumulado é 18,23% maior que o apontado no ano passado, quando atingiu R$ 9.330.938,15. Esses e outros dados preocupantes foram apresentados na noite de terça-feira, dia 14, pelo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Bento Gonçalves (CDL-BG), Marcos Carbone. A pesquisa foi feita com base nos dados do SPC – Brasil, dos mais de 600 associados da entidade.

De acordo com Carbone, a dívida na cidade é ainda maior, pois na pesquisa não são contabilizadas as débitos com financiamento habitacional, com bancos e de contas de luz, por exemplo. “Esses mais de R$ 11 milhões são de contas não pagas nas lojas de Bento”, explica o presidente. A pesquisa revelou que o número de devedores caiu em relação aos anos anteriores, mas o valor da dívida é maior. “Ou seja, tem menos pessoas devendo mais”, pontua.

O perfil do devedor também foi revelado na pesquisa. A maioria, mais de 50%, deve de R$ 50 a R$ 250 no comércio local. Outro dado curioso se refere ao gênero: as mulheres lideram as dívidas no crediário, com 65%, enquanto os homens lideram as dívidas com cheque sem fundo, com 75%. A idade dos maus pagadores apontou uma mudança em relação ao ano anterior: enquanto em 2015 a maioria dos devedores tinha de 20 a 25 anos, hoje, mais de 26% tem entre 30 a 39 anos.

Um dos motivos do aumento da dívida pode ser a liberação de crédito para pessoas com nome sujo. A pesquisa apontou que a consulta no SPC diminui em 3%.  “30% da população da cidade tem alguma restrição no CPF. Isso revela a importância da consulta, para evitar prejuízos mais tarde”, alerta o presidente. “Também salientamos a importância do lojista registrar a dívida no SPC. Quando antes for feito o registro, mais rápido será pago”, comenta Carbone.

 

Perfil dos devedores

18,5% devem até R$ 50

21,66 de R$ 50 a R$ 100

26,74% de R$ 100 a R$ 250

18,51% de R$ 250 a R$ 500

14,84% acima de R$ 500

 

Idade dos maus pagadores

18-24: 9%

25-29: 9,8%

30-39: 26,41%

40-49: 23%

50-64: 21,39%

Mais de 64: 10,6%