Indefinição quanto ao conserto das câmeras

Ninguém sabe quem será responsável pelo conserto das câmeras e redes que integram o sistema de videomonitoramento de Bento Gonçalves. No final de maio um raio desativou o sistema, afetando, inclusive, as redes de fibra ótica. De um lado, a prefeitura busca amparo legal para intervir em algo que não lhe compete; de outro o Estado, real proprietário do sistema, sofre com a burocracia e a falta de recursos. Para tentar resolver a situação, o Centro da Indústria e Comércio (CIC) de Bento Gonçalves realizou nesta semana uma mesa-redonda na qual houve muita discussão e pouca definição.

A intervenção, a rigor, ficaria a cargo do Consepro, porém o órgão não dispõe dos recursos necessários, estimados entre R$ 25 e 30 mil. O Consepro gastava mensalmente uma verba para manutenção dos equipamentos, o que não inclui possíveis consertos como o que está sendo solicitado. Apesar de as câmeras pertencerem ao Estado, o mesmo não repassou verbas para o reparo.

O único ponto concreto definido na reunião foi a necessidade de agilizar o processo burocrático para devolução dos equipamentos ao município. No mês passado foi protocolado um modelo de convênio a ser firmado com o Estado para tal fim, que já se encontra na Secretaria de Segurança Pública do Estado. Prevendo a lentidão do processo, o prefeito Roberto Lunelli prometeu buscar uma brecha legal para intervir no conserto. Para isso, deve reunir-se ainda esta semana com a procuradora geral do município, Simone Azevedo Dias Flores. Até o fechamento desta edição não havia um parecer oficial sobre a legalidade da ação.

Outra alternativa proposta por Lunelli é que estes nove pontos onde as câmeras estão instaladas sejam assumidos pelo município, no programa Bento Digital. “Nosso projeto prevê a compra de até 200 câmaras para o videomonitoramento”, observa. De acordo com ele, até o final desta semana ou no máximo no início da próxima semana, a prefeitura deve acabar de instalar mais de 40 quilômetros de fibra ótica. “Assim que a instalação for concluída, já podemos iniciar o processo de implantação das nossas câmeras”, promete.

De acordo com a diretora da Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Ctec), Rita de Cássia dos Santos, o município levaria cerca de cinco dias com condições climáticas favoráveis para fazer os reparos necessários na rede de fibra ótica e o posterior religamento do atual sistema. É preciso trocar 100 metros de fibra ótica e refazer 72 fusões. “Dispomos do material e de equipe, que inclusive já está na rua”, avalia.

A pergunta que fica no ar é porque foi preciso de mais de um mês para que autoridades se dessem conta de que algo precisava ser feito. Ao serem questionados, os presentes não souberam responder e permaneceram em silêncio.

Carina Furlanetto 

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