Indiciado por atentado a jornalista é nomeado coordenador em secretaria do governo do RS

Conforme o inquérito policial, Carissimi teria sido o mandante da agressão sofrida pelo jornalista Daniel Carniel, em Garibaldi, no dia 14 de janeiro do ano passado

Foto: Arquivo pessoal

O político Micael Carissimi (MDB), indiciado criminalmente, em fevereiro deste ano, pela Polícia Civil, por suspeita de encomendar um atentado contra o jornalista Daniel Carniel, recebeu um cargo de chefia no governo estadual.

Carissimi, que é ex-secretário de Obras e Administração da prefeitura de Garibaldi, foi nomeado como coordenador da assessoria de gabinete da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio Grande do Sul. A indicação para a vaga foi feita pelo presidente da Assembleia Legislativa, Vilmar Zanchin, também do MDB.

A nomeação no governo do estado foi publicada no Diário Oficial do dia 05/05. O salário bruto para o cargo de comissário superior será de R$ 14.449,00.

Atentado

Conforme o inquérito policial, Carissimi teria sido o mandante da agressão sofrida pelo jornalista Daniel Carniel, em Garibaldi, no dia 14 de janeiro do ano passado. Carniel foi espancado no momento em que chegava para trabalhar.

Em depoimento à Polícia Civil, o agressor declarou que teria recebido R$ 500 de um terceiro, supostamente contratado pelo ex-secretário para encomendar a agressão ao jornalista.

Antes de ser nomeado no Poder Executivo, Micael Carissimi era assessor da Superintendência de Comunicação da Assembleia, de onde foi exonerado no dia 31 de janeiro, duas semanas após o atentado.

O inquérito com o indiciamento por lesão corporal está sendo examinado pelo Ministério Público, que, antes de decidir se denuncia o político ou arquiva a investigação, pediu uma perícia complementar para avaliar a gravidade das lesões sofridas pelo jornalista.

Fraude em licitações

Além do indiciamento criminal, Carissimi também foi investigado na Operação “Caementa” que apura suspeita da fraude em licitações quando ele era secretário de Obras de Garibaldi. Carissimi foi indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva e por supostamente integrar uma organização criminosa.

Em operação realizada em novembro de 2018 pelos agentes federais, foram encontrados R$ 10 mil em dinheiro no carro do então secretário e ainda R$ 162,5 mil na casa dele.

Segundo a assessoria de imprensa da Justiça Federal, o caso segue sob apuração, ainda sem exame do indiciamento pelo Ministério Público Federal.

A mesma operação motivou a abertura de um inquérito civil pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul que ainda não foi concluído.

Nota da defesa de Micael Carissimi

A Defesa Técnica do Sr. Micael Carissimi, investigado em dois Inquéritos Policiais, informa que até o presente momento o referido cidadão NÃO FOI DENUNCIADO em qualquer processo criminal, ou seja, NÃO É SEQUER RÉU em ação penal, NÃO EXISTINDO nem mesmo acusação do Ministério Público para que pudesse se defender, de modo que goza da plenitude de seus direitos civis e políticos e, por isto, não possui qualquer impedimento ou restrição à assunção de qualquer cargo público, seja de provimento efetivo, comissionado ou eletivo.