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Indústria gaúcha inicia 2024 com mais confiança, diz entidade

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“Esse aumento do otimismo se dá basicamente pela percepção dos empresários de melhora relativa na economia brasileira, principalmente com a redução dos juros e da inflação”, disse o presidente da FIERGS

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI-RS), divulgado na segunda-feira, 29/01, pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), aponta crescimento de 2,9 pontos na virada do ano: passou de 48,1, em dezembro de 2023, para 51 pontos, em janeiro de 2024. Superou, pela primeira vez desde outubro de 2022, a linha indicadora da presença de confiança, o que ocorre quando o resultado fica acima dos 50 pontos. Também foi a maior alta desde setembro de 2022.

“Esse aumento do otimismo se dá basicamente pela percepção dos empresários de melhora relativa na economia brasileira, principalmente com a redução dos juros e da inflação. No âmbito regional, pesou a amenização dos fenômenos climáticos e a retirada do projeto de elevação do ICMS”, diz o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, reforçando, contudo, que a política fiscal mantém as incertezas em níveis elevados, juntamente com as indefinições sobre o cumprimento das metas do “novo arcabouço fiscal” e a Reforma Tributária.

O resultado interrompe o segundo maior ciclo de falta de confiança já apurado, que durou a metade dos 27 meses do primeiro, entre 2014 e 2016.  O ICEI-RS é formado pelos Índices de Condições Atuais e de Expectativas. Cada um, por sua vez, é composto por outros dois relativos à economia brasileira e à própria empresa.

O Índice de Condições Atuais passou de 43,8, em dezembro, para 45,9 pontos, em janeiro. Abaixo dos 50 pontos, manteve a sinalização de piora nos últimos seis meses, mas seu aumento significa que a percepção negativa foi menos intensa e disseminada daquela verificada no último mês de 2023.

O Índice de Condições Atuais da Economia Brasileira subiu de 38,5 para 43 pontos, mas, da mesma forma, seguiu abaixo dos 50, mantendo o menor valor entre todos os índices. O ano iniciou com 35,3% dos empresários gaúchos percebendo piora nas condições da economia nacional e 12,1%, melhora. Eram, respectivamente, 46,3% e 9,6% no final do ano passado. As condições das empresas também seguiram ruins em janeiro, mas o índice aumentou para 47,3 pontos. Era 46,4 em dezembro.

Perspectiva

A indústria gaúcha começa o ano exibindo otimismo para o primeiro semestre de 2024. O Índice de Expectativas aumentou de 50,2, em dezembro,  para 53,5 pontos, em janeiro. É o maior valor desde outubro de 2022 e quanto mais acima da linha dos 50 pontos, maior e mais disseminado está o otimismo entre os empresários.

As perspectivas positivas, porém, não se aplicam à economia nacional. O Índice de Expectativas da Economia Brasileira cresceu 4,8 pontos, para 47,5, a maior alta desde abril de 2021. Mas o valor abaixo de 50 ainda demonstra pessimismo, apesar de menor e menos disseminado na comparação com dezembro. O percentual de empresários pessimistas com a economia brasileira caiu de 33,5% para 27,7% na virada do ano, enquanto o de otimistas cresceu de 14,4% para 21,4%. Portanto, as expectativas positivas seguem restritas ao futuro das empresas: o Índice de Expectativas das Empresas atingiu 56,5 pontos em janeiro, sendo o maior patamar desde outubro de 2022, e 2,5 acima de dezembro. É este o componente responsável por sustentar o ICEI-RS superior aos 50 pontos.

Com todo este contexto, a pesquisa da FIERGS, realizada entre 2 e 16 de janeiro com 175 empresas, sendo 40 pequenas, 58 médias e 77 grandes, indica que, apesar da volta da confiança em janeiro, ela permanece baixa, perto dos 50 pontos. Está bem distante dos patamares de setembro de 2022, quando alcançou 62,9 e iniciou a tendência negativa. Além disso, historicamente, os dois primeiros meses do ano exibem o maior patamar do ICEI-RS.

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