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Infectologista alerta que ainda não é momento de flexibilizar uso da máscara

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Apesar do governo federal já estar discutindo essa flexibilização, médica Isabele Berti ressalta que, devido à circulação de diferentes cepas do Coronavírus, percentual ideal de vacinados para se pensar em “baixar a guarda” deve ser superior a 80%

Foto: Lucia Macedo/Unsplash

Países de todo o mundo têm apostado na flexibilização de medidas diante do avanço da vacinação contra a COVID-19. Entre as ações, está a não exigência do uso da máscara em locais abertos. No Brasil, o Ministério da Saúde estuda essa flexibilização a partir de novembro, para eventos a céu aberto. A informação foi adiantada pela secretária municipal de Saúde de Bento Gonçalves, Tatiane Fiorio Misturini, quando questionada sobre sua visão do assunto. “Está se ventilando essa ideia, mas ainda não há nenhuma notícia oficial”, esclarece.

Atualmente, o Brasil tem cerca de 70% da população vacinada com a primeira dose e 47% com o esquema vacinal completo. Em Bento, o percentual chega a cerca de 76% dos moradores com a primeira dose ou dose única e 43% com a segunda, além de 1.646 pessoas com a dose reforço. “Estamos começando a atingir um grande volume de pessoas com o esquema vacinal completo, o que nos dá uma maior segurança. Acredito que a gente ainda precise de algumas semanas para verificar se esse cenário irá se manter, se iremos continuar observando essa redução de casos e óbitos. Aí sim podemos começar a pensar em flexibilizar mais”, opina a secretária.

Entretanto, na visão da infectologista de Bento Gonçalves Isabele Ribeiro Berti, o percentual de vacinados ainda precisa avançar muito para o país começar a pensar em “baixar a guarda”. Antes, especialistas falavam em um percentual ideal de 70% da população com o esquema vacinal completo. Atualmente, diante da circulação de diferentes cepas do Coronavírus, projeta-se o percentual superior a 80%. “Outros países do mundo tentaram fazer essa flexibilização [antes do cenário ideal] e se arrependeram. Justamente porque há cepas do vírus que acabam causando um risco maior de infecções. Então precisamos ter cuidado”, alerta Isabele.

Não existe “número mágico”

Apesar de especialistas utilizaram esse percentual como base para se pensar em afrouxamento de medidas, a infectologista ressalta que não existe “um número mágico” e que é necessário considerar diversos fatores além da vacinação, como o número de casos em queda. Nesta semana, por exemplo, o governo do Estado emitiu um aviso para a região de Capão da Canoa diante de um novo aumento de casos. “Por isso temos que ter um cuidado um pouco maior”, reforça.

Levando em consideração Bento Gonçalves, a infectologista acredita que o cenário esteja favorável para retornar aos encontros sociais, mas em locais adequados, que sejam ao ar livre e promovam o distanciamento adequado, “onde vacinado tenha contato com vacinado”, comenta. “Mas não podemos pensar em flexibilizações irrestritas. Ainda não temos o quantitativo vacinal ideal que nos dê tanta tranquilidade”, complementa.

Dessa forma, a médica ressalta a importância de continuar estimulando a vacinação, principalmente para aqueles que já fizeram a primeira dose e acabam esquecendo de fazer a segunda. “É essa vacinação coletiva que vai nos dar segurança e permitir que, num futuro breve, a gente volte à normalidade”, afirma. “E temos que pensar no quantitativo que ainda não foi vacinado, que são as crianças. Precisamos conferir proteção a elas e a vacina dos adultos também protege as crianças”, frisa.

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