Insegurança no comércio: pressionar é a solução
A formação de uma comitiva para pressionar o governo do Estado a implementar melhorias na segurança pública de Bento Gonçalves foi o principal resultado de uma reunião realizada nesta semana na sede da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL). O encontro é anual e busca encontrar soluções para diminuir os índices de furtos e arrombamentos praticados no comércio local. Na reunião desta semana, comerciantes, Brigada Militar e Polícia Civil debateram alternativas para ampliar a segurança e minimizar os prejuízos. A comitiva deve ser formada nas próximas semanas e terá o apoio da CDL, Sindilojas, Consepro e Viva Bento.
Um dos assuntos em pauta foi a colocação de grades nos estabelecimentos: para a presidente da CDL, Helenir Bedin, essa proteção tem sido constante entre os lojistas que estão preocupados. Responsável pelo policiamento da cidade, Clóvis Couto Lavarda, tenente do 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (3º Bpat), explica que essa medida vinha sendo enfatizada há mais de cinco anos. “Infelizmente por mais que a Brigada Militar e Polícia Civil prendam um acusado de furto, não há espaço na penitenciária da cidade para deixá-los presos. Sabemos quem são essas pessoas, normalmente viciados em drogas. Temos uma lista com cerca de 20 nomes que já foram detidos inúmeras vezes, mas acabam soltos por falta de espaço no presídio”, destaca.
Para a presidente da CDL, a comunidade, comerciantes e poder público devem se unir e reivindicar que o governo do Estado dê mais atenção à cidade e facilite a vinda de novos agentes da Brigada Militar e Polícia Civil. Ela também apoia esforços para que o novo presídio seja construído. “Fica o alerta aos lojistas para que deem maior atenção aos seus estabelecimentos. Que sejam colocadas grades e que as vitrines sejam fechadas após às 19h. Que nos desculpem os consumidores que saem à noite para olhar as vitrines, mas teremos que tomar essa atitude para evitar perdas. Os que já se alertaram e os que ainda não colocaram grades que instalem”, resumiu.
Empenho político
A falta de empenho político no sentido de conseguir que demandas como maior efetivo seja concedido também foi debatida. “Precisamos que alguém esteja lá forçando que seja feita alguma coisa. Precisamos unir forças e reivindicar melhorias”, enfatizou o delegado Álvaro Pacheco Becker, titular da 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP).
O delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP), Leônidas Costa Reis, destacou como a falta de um presídio interfere nas ações. “Em breve o presídio poderá ser interditado. A situação tende a piorar muito. A polícia faz o seu trabalho, de investigar e prender, mas não se tem onde colocar. Fica aquela sensação de impunidade. Vira um descrédito todo o serviço policial e uma frustação do próprio agente, que trabalhou, colocou sua vida em risco e em poucos dias se depara com aquele marginal solto novamente. É bastante preocupante para o futuro de Bento que essa situação continue assim”, pontua.
Reportagem: Katiane Cardoso
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