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Instituto Tacchini de Pesquisa em Saúde busca voluntários para testarem vacinas contra a dengue

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A doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, já fez mais de 10 vítimas fatais no Rio Grande do Sul em 2023 e, até o momento, segue sem um imunizante eficaz

Foto: Hospital Tacchini/Divulgação

É de conhecimento geral que vacinas salvam vidas. Elas fazem parte do cotidiano de milhões de brasileiros. Seja a da gripe, da COVID-19, da febre amarela, do tétano ou as gotinhas que previnem a poliomielite, elas estão aí para proteger os seres humanos. Porém, nem todas as doenças têm vacinas, mas diversos estudos seguem em busca de desenvolvê-las. Esse é o caso da dengue e um destes estudos é desenvolvido pelo Instituto Tacchini de Pesquisa em Saúde (ITPS), de Bento Gonçalves.

Recentemente, o ITPS iniciou o recrutamento de voluntários para participarem da pesquisa de duas vacinas contra a doença. Estão sendo selecionados voluntários (de qualquer gênero) entre 18 e 50 anos, saudáveis, não gestantes e que não tenham contraído dengue ou zika previamente.

Brenda Santos, coordenadora do ITPS, explica que as vacinas passam por um longo processo até chegarem na etapa de serem testadas em humanos. “Todos os estudos clínicos antes de iniciarem em seres humanos passaram por várias fases. Chegando na fase 1 em seres humanos, os testes são realizados em um pequeno grupo de pessoas, fase 2 um número maior, até a chegar na fase 3, sendo a fase com maior número de pessoas para justamente comparar medicações e confirmar a segurança e eficiência da medicação, essa é a fase anterior a comercialização ou disponibilidade do produto para a população”, afirma.

Como ela atua no organismo?

A coordenadora do Instituto destaca que a vacina contra a dengue atuará de forma parecida com a vacina da febre amarela, que também é causada por meio da picada de um mosquito infectado com o vírus. “As duas vacinas em estudo irão agir na prevenção da dengue em pessoas saudáveis. São para quatro tipos do vírus da dengue. Mesmo sentido da febre amarela no sentido de que é uma infecção de transmissão através do mosquito Aedes aegypti. São vacinas de dose única e só com estudos para demonstrar o tempo de eficácia, por isso a importância desse e de outros estudos clínicos.”

O ITPS reforça que ambas as vacinas estão sendo avaliadas em todo Brasil. Em pesquisas clínicas anteriores, os dois imunizantes mostraram uma boa resposta funcional, além de serem bem tolerados pelos participantes. 

Receios

Como o processo da vacina ainda é um teste, algumas pessoas acabam ficando com receio, temendo possíveis efeitos colaterais ou sequelas. Entretanto, Brenda tranquiliza. “Os estudos são conduzidos em diversos países e regulados pelas instâncias de saúde e controle sanitário. É a partir dos estudos que as medicações são disponíveis para a população. Qualquer medicação tem o seu risco. Hoje reduzimos o número de infecções a partir das vacinas, ou seja, através da imunização da população. O controle e suporte da equipe do estudo é muito próximo, antes que o estudo chegue na fase que está, diversos controles e testes foram realizados”, pontua  a profissional, deixando bem claro que não é qualquer produto que será aplicado, e sim algo que já fez um longo trajeto dentro da pesquisa.

Como vai funcionar os testes?

Os voluntários interessados em participar serão avaliados para confirmação dos critérios de inclusão estabelecidos. Preenchendo todos os critérios de participação, será designado por meio de um ‘sorteio’ para administração de uma das vacinas. Todos os participantes terão chances iguais de serem designados para administração de qualquer uma das vacinas. 

O participante, o médico do estudo e a equipe de pesquisa não saberão qual das vacinas será administrada. Ao final do estudo o participante será informado qual vacina recebeu. O voluntário será acompanhado pela equipe da pesquisa por aproximadamente um ano, mediante contato telefônico e consultas presenciais no ITPS. 

Como participar?

Interessados em participar da pesquisa podem entrar em contato com o ITPS: (54) 3455 4333, ramais 1125 e 1126 ou enviar um e-mail para instituto.pesquisa@tacchini.com.br. A vacina do estudo e acompanhamento relacionado à pesquisa serão fornecidos sem custos para o participante.

Entrega

A vacina da COVID-19 demorou menos de um ano para ser aplicada pela primeira vez em um ser humano. Em caso de resultados positivos, a vacina contra a dengue ainda levará um tempo para ser disponibilizada à toda a população, porém, o prazo deve ser reduzido.

“A intenção é que a população tenha consciência de que estudos clínicos estão presentes para aumentar as possibilidades de prevenção e tratamento para diversas doenças. Todo o estudo clínico é muito criterioso, por este motivo o tempo de disponibilidade vai depender muito desse trabalho com a população. Após a pandemia de COVID-19, as aprovações de medicações têm sido mais ágeis”, reflete Brenda.

Perigos da dengue

Até o fechamento desta matéria, o Rio Grande do Sul já registrou 15 mortes por dengue, incluindo uma criança de 10 anos, em Passo Fundo. A coordenadora alerta sobre as consequências da doença, caso não seja controlada.

“A vacina tem a intenção de prevenção, imunizar a população para os quatro tipos de dengue. A infecção por qualquer um dos tipos pode causar desde um sintoma leve como febre até uma doença severa com febre hemorrágica, sangramento, síndrome de choque, podendo resultar em morte. É uma doença que está muito presente no nosso ambiente e hoje não há medicamento específico para tratamento, o tratamento é limitado apenas a cuidados de suporte. A dengue é endêmica em muitos países. Tudo que não é controlado ou prevenido, pode ser provocado um dano maior”, finaliza.

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