Irmãos Kasmiriski: 14 anos depois, indenizações são determinadas pela Justiça

Ocorrido em 11 de abril de 2009, o caso ainda gera comoção e indignação; o acusado pelo atropelamento ainda não foi julgado

Foto: Acervo SERRANOSSA

Já são mais de 14 anos do caso do atropelamento dos irmãos Itamar, Willian e Rodrigo Kasmiriski, ocorrido no dia 11 de abril de 2009, na ERS-444, em Bento Gonçalves. Após mais de uma década de saudades e a sensação de falha na Justiça, uma nova decisão judicial sobre o caso foi proferida no último dia 23 de março.

De acordo com a nova sentença do juiz Carlos Koester, o motorista e a empresa que era proprietária do guincho que vitimou os irmãos terão que pagar indenização por danos morais no valor de R$ 781.200,00, além de R$ 10.360,85 por danos materiais.

Os réus no caso também terão que pagar uma pensão mensal, no valor equivalente a 2/3 dos rendimentos de Itamar e 2/3 do valor do salário mínimo em relação a Willian e Rodrigo, a contar do dia do óbito das vitimas, e que deverá ser paga até a data em que os falecidos atingirem 73 anos. Além disso, terão que se encarregar do pagamento da taxa de serviços judiciais e de honorários com advogados.

Mesmo com as definições de indenizações, o processo continua em andamento. Na esfera penal, o caso é tratado como “crime culposo de trânsito”, quando não há intenção de matar, porém, por negligência das partes, poderia ter sido evitado. Ainda não há previsão do réu ser julgado pelo Tribunal do Júri.

Relembre o caso

Por volta das 20h do dia 11 de abril de 2009, os irmãos Itamar, Willian e Rodrigo Kasmiriski foram atropelados quando caminhavam em fila no acostamento no quilômetro 4 da ERS-444, em uma estreita faixa de asfalto que fica entre o guard-rail e a pista. Moradores do bairro Barracão, eles caminhavam em direção à Associação Bento-gonçalvense de Cultura Tradicionalista Gaúcha (ABCTG), a cerca de um quilômetro da casa onde residiam com os pais, para participarem de um evento automobilístico.

A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as causas e apontar a autoria do crime. Depois de seguirem várias pistas falsas, os investigadores juntaram informações que levavam a um suspeito com base nos depoimentos de testemunhas. Elas afirmaram que viram um caminhão guincho, momentos antes do atropelamento, trafegando pela rodovia no sentido Farroupilha/Barracão, após ter saído da ABCTG. O suposto condutor do veículo foi identificado como Cledson Martins de Matos e indiciado pela morte dos irmãos. Na época, a perícia realizada pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) demonstrou que a haste de sustentação do guincho, que apresentava um defeito na trava, saiu da posição de recuo durante o percurso e atingiu os jovens.

As lesões encontradas nos corpos eram condizentes com a altura do equipamento. O motorista justificou que não parou para prestar socorro, pois não percebeu ter atropelado alguém, embora tenha visto os irmãos quando passou por eles e escutado um barulho em seguida.