Jantar do Codeguim: 50 anos de uma bela história

Tradição de confraternizar com a iguaria que se tornou conhecida na região iniciou em 1972

Foto: Gabriel Comerlato

Em 10 de junho de 1972, a Festa de Santo Antônio dava início a uma bela tradição que se mantém há 50 anos, embora atualizada pelo tempo. Quando a Paróquia Santo Antônio estava sob a coordenação pastoral do padre Oscar Bertholdo, os festeiros e equipe do salão paroquial mobilizaram o “Jantar dos Antônios”, para reunir pessoas com nome derivado do padroeiro de Bento Gonçalves. Com o passar dos anos, ganhou o nome de “Jantar do Scodeguim”, o que hoje conhecemos como “Jantar do Codeguim”.

Ao longo dos 50 anos, a confraternização que une a fé e a gastronomia italiana, passou a acontecer na sexta-feira que antecede a trezena e o Dia Festivo de Santo Antônio. Até 2019, foi realizada ininterruptamente e sempre mobilizou centenas de pessoas apreciadoras da iguaria. A pandemia da Covid-19, no entanto, fez com que em 2020 a atividade fosse cancelada, apesar de os ingressos já estarem impressos e em 2021, o Jantar do Codeguim ganhou formato diferente, sendo o primeiro drive thru da história da Paróquia.

Neste ano de 2022, a Comissão de Festeiros e a Equipe Paroquial, juntamente com a equipe do Salão Paroquial, irão retomar o Jantar do Codeguim de forma presencial. Foram colocados 500 ingressos à disposição da comunidade, todos esgotados. A confraternização reserva ainda as apresentações musicais de Isadora Tonello e do duo Cavatappi.

Por ter se tornado tão conhecida nas colônias da região e também pela primeira, segunda e terceira gerações nascidas no Brasil, após a chegada dos italianos em 1875, diversas localidades realizaram confraternizações tendo a iguaria como prato principal. No entanto, em Bento Gonçalves, a ação se tornou tradicional e integra o calendário dos festejos de Santo Antônio.

E essa história tem belas e importantes peculiaridades, nos conta o senhor Mauro Gasperin, 71 anos, ex-festeiro de Santo Antônio e proprietário da Aida Alimentos, fornecedora do codeguim desde as primeiras edições do jantar. “Uma curiosidade bem interessante é que quando começou, lá nos anos 1970, o pai do padre Oscar Bertholdo tinha um frigorífico em Nova Roma do Sul e ele nos mandava a pele e nós fazíamos o recheio e organizávamos para a paróquia”, relembra ao fazer memória dos 100 anos da empresa, celebrados em 2022.

Mas, o que é o tal de codeguim?

Perguntamos a algumas pessoas que não residem em Bento Gonçalves sobre o codeguim e mesmo a alguns jovens da Capital do Vinho se conheciam este prato. Alguns responderam corretamente e outros sequer ouviram falar, por isso pedimos ao senhor Gasperin: “o que é esse tal de codeguim?” Ao lembrar do seu nonno, fez memória que o alimento é tradicional na Itália e que o seu avô, quando iniciou a Aida Alimentos, há 100 anos, já preparava o “scodeguim”. Segundo ele, por conta do valor calórico, este é um prato mais servido em dias frios. “O codeguim então leva a pele suína, além de carnes mais fibrosas do porco e uma mistura de temperos da época do nonno”, explica.

Ex-festeira recorda da primeira edição e dos medos e expectativa

Ao longo das 144 festas em honra a Santo Antônio, centenas de casais colaboraram para tornar os louvores ao Padroeiro de Bento Gonçalves uma referência pelo Estado afora. E se o Jantar do Codeguim está aí há 50 anos, os ex-festeiros também cumprem uma bela e importante missão de divulgar, apreciar e participar da programação. E a senhora Jurema Tusset Milani, que foi festeira em 1972, lembra da iniciativa do padre Oscar Bertholdo. “Ele, empolgado para chamar o povo, quis homenagear os ‘Antônios’ e disse: ‘vamos fazer um jantar diferente, com o scodeguim’, algo novo e que deu medo também, porque não sabíamos como ia ser a receptividade da comunidade. Graças a Deus aconteceu e hoje estamos chegando aos 50 anos da primeira edição”, salienta Jurema que é viúva de Júlio Milani.

Lançamento do vídeo comemorativo dos 50 anos do Jantar do Codeguim

Nesta edição, que acontece na sexta-feira, 27 de maio, também haverá o lançamento do vídeo comemorativo dos 50 anos do Jantar do Codeguim. O audiovisual é composto por imagens históricas do evento e entrevistas que retratam a caminhada das cinco décadas da presença da iguaria na programação dos festejos.

O pároco da Paróquia Santo Antônio, padre Volmir Comparin, faz memória da primeira edição e enaltece a importância de olhar o futuro sem perder as raízes e tradições. “Reportemos ao dia 10 de junho de 1972, na festa de Santo Antônio. Lembrando o Padroeiro e as comemorações da Imigração Italiana, foi servido o ‘Jantar dos Antônios’, uma festa da gastronomia italiana. Foi um momento para recordar e para confraternizar. Uma noite em que se juntou a fé, porque a devoção de Santo Antônio é muito grande, e a tradição do alimento e tudo isso se tornou um belo momento cultural. É meio século de Jantar do Codeguim e peço a Deus que continue nos abençoando, para que mantenhamos cultura, esperança, fé e muita paz. Santo Antônio cuide de todos nós”, finaliza.
 
Sobre a 144ª Festa de Santo Antônio

A 144ª Festa de Santo Antônio tem como lema: “Senhor, como Santo Antônio, fala com sabedoria, ensina com amor”, retirado do livro dos Provérbios, capítulo 31, versículo 26. A mesma temática inspirou a Campanha da Fraternidade 2022.

A equipe de festeiros da 144ª Festa de Santo Antônio é composta pelos casais: Adriane de Assis e Adilson Boch, Claudete Nichetti Gnoatto e Délcio Gnoatto, Carla R. Da Ré Trivelin e José A. Trivelin, Eliana Ruiz Petroli e Moisés Petroli, Márcia Menegotto Rachele e Valério Antônio Rachele e Mônica Bandeira Banchi e Cleiton Bianchi. Os festeiros jovens desta edição são Camille Turatto Spolt e Alexandro Zorzi, Fernanda Luzzi e Ezequiel Candido, Letícia Arsego e Diogo Dameda Portalupi.

Já a Equipe Paroquial Santo Antônio é composta pelo pároco, padre Volmir Comparin, pelos vigários paroquiais, padres João Roberto Masiero e Luís Carlos Conci, pelas Irmãs Pastorinhas, Lídia Villani, Maria Lourdes Motter e Vergínia Fabbro. Também compõe a equipe, o seminarista Gabriel Guilherme Frigo, que está realizando seu estágio pastoral na Paróquia.

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