Jornalista do Grupo SERRANOSSA sofre ameaça

Em breve o Grupo SERRANOSSA comemorará mais um aniversário, completando oito anos de muita dedicação, esforço e trabalho. Temos ciência de que, por vezes, cometemos os mesmos erros e enganos comuns a todos os seres humanos, afinal, as notícias são produzidas por pessoas. É possível que por alguns instantes tenhamos nos distraído e deixado de atender às expectativas de internautas, leitores e anunciantes. Todavia, em nenhum momento esquecemos nosso compromisso primordial de levar à comunidade jornalismo imparcial e de qualidade.

Talvez a maioria dos leitores desconheça as dificuldades enfrentadas por uma empresa de comunicação que se propõe a oferecer um jornalismo independente. Os percalços referidos não são financeiros, mas morais. Ameaças são comuns, veladas ou explícitas, bem como intimidações e chantagens que beiram o absurdo. Há quem queira, em pleno século 21 e 26 anos após a queda da ditadura, calar a imprensa.

Entretanto, muito nos entristece quando essas intimidações passam a trazer riscos à integridade física de qualquer um de nossos 30 colaboradores, em especial aos que atuam na Redação, local onde as notícias são apuradas e produzidas. Nesta semana uma de nossas jornalistas foi ameaçada por um membro do alto escalão da prefeitura de Bento Gonçalves, depois de produzir e assinar uma reportagem que denunciava uma prática recorrente no município e que pode sobrepor interesses particulares aos da coletividade. Não obstante a covardia do ato, a ligação foi feita de um telefone fixo da prefeitura, em pleno horário de expediente, para o telefone celular de um de nossos colaboradores. A atitude rendeu o registro de ocorrência de ameaça consumada, efetuado na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Bento Gonçalves, por orientação dos advogados que atendem ao Grupo SN. Coincidentemente, o Poder Executivo organizou um evento no centro da cidade, no último sábado, intitulado “Homens pelo fim da violência”, que buscou justamente sensibilizar a comunidade sobre a necessidade de evitar todo e qualquer tipo de covardia (física, emocional ou moral) contra o sexo feminino.

A jornalista em questão estava cumprindo o juramento que fez quando da obtenção do diploma em Comunicação Social. Na referida reportagem não houve informações forjadas ou formatação de cunho sensacionalista. O conteúdo do texto foi embasado em pareceres jurídicos de órgãos cujas competências são, entre outras, justamente fiscalizar o trabalho do Poder Público.

O que nos resta perguntar é por que o prefeito de Bento Gonçalves mantém em cargos ditos de confiança profissionais cujas ações são “incoerentes”, “inconsistentes” e “sem embasamento”, conforme relatório do próprio Ministério Público. Além disto, quem responderá por alterações feitas anteriormente, sem a supervisão direta do MP, que podem ter sido ‘contaminadas’ pelos mesmos interesses? O prefeito Roberto Lunelli foi comunicado por telefone sobre a ameaça sofrida e demonstrou surpresa. Entretanto, passados seis dias do ocorrido, não se posicionou sobre o assunto, aparentando uma omissão preocupante. Infelizmente, a postura (ou a falta dela) não somente em relação ao comportamento covarde de pessoas de sua confiança, mas também quanto às decisões tomadas por essas mesmas autoridades, dá margem para que se questione por que ele compactua com isso e por que não toma providências. Não cabe a nós julgarmos: cabe ao eleitor decidir se as atitudes da atual administração o representam de forma adequada e são condizentes com os princípios éticos que cargos desta importância exigem.

Em tempo, agradecemos as inúmeras manifestações de apoio e solidariedade. São elas que nos fazem perceber que estamos no caminho certo.

Direção – Grupo SERRANOSSA

 

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