Jovem de Bento no Mundial de Bolão

Luxemburgo é um país com pouco menos de 500 mil habitantes situado na Europa e que faz fronteira com Bélgica, França e Alemanha. É para lá, mais especificamente para a cidade de Pétange, onde quase 40% dos 15 mil moradores são estrangeiros, que o bento-gonçalvense Guilherme Brandelli embarca nesta quinta-feira, dia 16, para defender o título de Campeão Mundial de Bolão 16 sub-24. 

Junto com outros três homens e quatro mulheres, o bolonista de 23 anos vai tentar manter a taça conquistada em 2010, dentro de casa, no Mundial disputado em Campo Bom (RS). Na época, Brandelli conquistou o título disputando a competição em dupla, com Alan Ruzik, do Paraná. Neste ano, o bento-gonçalvense só saberá se disputa o campeonato no individual ou em dupla na hora da viagem. A decisão ficará por conta dos capitães da equipe, Silvio Krause e Otto Peter Sommer.

A história da família Brandelli no bolão começou muito antes de Guilherme nascer. Seu pai, Olivar, foi um dos fundadores do time de bolão do Clube Botafogo e chegou a disputar o Campeonato Mundial de 1979, na Alemanha, quando ajudou o Brasil a ficar em 4º lugar entre oito seleções. “Comecei a jogar por causa do meu pai. Com sete anos, já brincava de arremessar. Depois, com 18, entrei para a Seleção Gaúcha, joguei pelo 15 de Campo Bom e agora treino no União, de Estância Velha”, salienta.

Brandelli foi convocado pela Seleção Brasileira ainda em novembro de 2011, mas confirmou a participação apenas em março deste ano, já que a viagem custa cerca de R$ 6 mil e a Confederação Brasileira de Bolão não ajuda sequer com o valor do uniforme. “Minha participação no Mundial eu devo aos patrocinadores, aos amigos e à minha família, que me ajudaram a conseguir o dinheiro”, comenta.

O Mundial de Luxemburgo começa no dia 22 e segue até o dia 26. “Sabemos que Luxemburgo e Alemanha, onde o esporte é profissional, vêm com times muito fortes. Mas, sem dúvida, é possível vencê-los”, descreve Brandelli, que além de jogar bolão, ainda trabalha e cursa Contabilidade na Universidade de Caxias do Sul (UCS).

Bolão x boliche

Bolão é uma espécie primitiva de boliche de origem germânica. Em 1768, os alemães trouxeram o jogo para a América, onde foi inventada a variação americana, batizada de boliche. Assim como o “irmão mais novo”, o bolão é composto de uma pista de madeira. As semelhanças param por aí.  No esporte originário, as bolas de arremesso são feitas de madeira ou resina enquanto no boliche são fabricadas com materiais variados. No bolão, são nove pinos a serem derrubados (nos Estados Unidos foram convencionados 10). De acor do com pesquisa publicada na revista “Placar”, cerca de 10 mil pessoas jogam bolão no Brasil, o que classifica o esporte como o sétimo mais praticado no país. 

 
Reportagem: Alexandre Brusa

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