Judiciário discute a desinterdição do presídio

Os Poderes Judiciários de Caxias do Sul e Bento Gonçalves se reunirão com a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), na tarde desta sexta-feira, dia 27, para discutir a permanência da desinterdição do Presídio Estadual de Bento Gonçalves (PEBG). A casa prisional foi liberada nos últimos 15 dias para o recebimento de novos apenados, após a suspensão das transferências de detentos de Bento a Caxias.

De acordo com a juíza da 1ª Vara Criminal de Bento Gonçalves, Fernanda Ghiringhelli de Azevedo, a desinterdição temporária foi necessária por não haver outra casa prisional com condições de acolher apenados de Bento, pois todas estão superlotadas. “O motivo foi a decisão da Vara de Execuções Criminais de Caxias do Sul, de não receber mais os presos de Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa”, afirma a magistrada. A reabertura encerra justamente nesta sexta-feira.

Segundo a juíza, entretanto, o prazo poderá ser prorrogado enquanto não forem possíveis novas vagas em outras cidades. Questionada sobre as condições do local para o recebimento de novos apenados, Fernanda foi sucinta. “As celas 10 e 11 e parte do albergue não têm condições, estão interditadas. O problema, com relação às demais, é a superlotação”, resume.

O delegado penitenciário regional Roniewerton Pacheco Fernandes confirmou que a reunião entre os Poderes Judiciários dos dois municípios e a Susepe será às 14h, no Fórum de Caxias do Sul. Nenhum dos órgãos contatados pela reportagem do SERRANOSSA, contudo, revelou como os novos apenados estão sendo acomodados nas celas, já que o presídio de Bento sofre com a falta de vagas. A reportagem também buscou contato com o Ministério Público (MP), porém, o procurador responsável pelas questões referentes ao presídio de Bento, Gílson Borguedulff Medeiros, está licenciado das funções e deverá retornar ao trabalho na primeira semana de abril.

Com a bomba nas mãos

Às margens dos problemas crônicos do Presídio Estadual de Bento Gonçalves, Evandro Antônio Simionato, 39 anos, assumiu no mês de fevereiro a função de diretor da casa prisional. Agente penitenciário há cinco anos, o novo diretor diz que, muito aquém de compensações financeiras, sente orgulho de ser agente penitenciário e aceitou comandar a casa prisional por acreditar na recuperação dos apenados e na própria instituição.

Simionato é natural de Crissiumal, formado em Administração e com MBA em Gestão de Pessoas. O diretor garante que a atividade é árdua, principalmente em Bento. “Devido a todas as condições do presídio, a gente sabe do trabalho que deve ser realizado. Mas vale destacar o empenho da equipe de agentes que trabalha aqui. Eles são exemplos de profissionalismo”, avalia.

Quanto à filosofia de trabalho, o diretor garante que serão cobradas as normas da instituição, priorizando a disciplina do cárcere. “Os problemas envolvendo o sistema penitenciário não são exclusivos de Bento, são um problema nacional. As condutas e as regras serão cobradas de maneira exemplar, da mesma forma que tratamos funcionários e internos com o respeito que todos merecem”, aponta.

No que se refere aos problemas estruturais enfrentados pela casa prisional, Simionato disse que as reformas das celas 10 e 11 e também da ala do semiaberto são prioridade para a Susepe. “A superintendência já divulgou que as obras serão feitas o mais rápido possível. Nós tivemos a troca de governo, o que retardou esse processo, mas já tive confirmação que a resolução dessa  situação é a prioridade número um da Susepe”, garante.

Reportagem: Jonathan Zanotto

É proibida a reprodução, total ou parcial, do texto e de todo o conteúdo sem autorização expressa do Grupo SERRANOSSA.

Siga o SERRANOSSA!

Twitter: @SERRANOSSA

Facebook: Grupo SERRANOSSA

O SERRANOSSA não se responsabiliza pelas opiniões expressadas nos comentários publicados no portal.

Enviar pelo WhatsApp:
Você pode gostar também