Judô: com credencial para sonhar

Entre mais de 50 times, uma equipe de Bento Gonçalves roubou a cena no Circuito Gaúcho de Judô 2012 ao figurar em terceiro lugar no ranking estadual, atrás apenas dos gigantes Sogipa e Grêmio Náutico União. Isso, no entanto, não é o bastante. A Physio sonha em ir mais longe e confia no potencial de um jovem atleta para dar protagonismo nacional ao judô do município. Darlan da Silva tem talento promissor: já derrotou um medalhista olímpico muito mais experiente. Duas vezes. 

Darlan da Silva ingressou na equipe em 2008, aos 13 anos. Logo, o professor o identificou como um talento. De lá para cá, Darlan foi duas vezes campeão gaúcho e já vem sendo observado por técnicos da Sogipa. No começo deste ano, ele foi treinar com a equipe de Porto Alegre e “constrangeu” o medalhista de bronze em Londres, Felipe Kitadai: deu um ippon e, se fosse competição, o teria vencido. Na semana seguinte, o presidente e professor da Associação Physio Judô, André Oliveira, levou o judoca para uma semana de treinos com a equipe Kiai, de Novo Hamburgo. No meio da semana os atletas foram treinar na Sogipa, justamente em um dos horários de treino de Kitadai. O medalhista olímpico viu Darlan e o chamou para treinar. Acabou, de novo, sendo derrubado.

O professor não tem dúvida que Darlan pode chegar às Olimpíadas. Tamanha é a convicção que Oliveira tornou-se o “patrocinador” do judoca. Sem condições financeiras para pagar inscrições e viagens, Darlan tem no professor seu principal apoiador e incentivador. “Foi o André que me incentivou a competir. Hoje, o judô é tudo na minha vida. Não consigo me imaginar fazendo outra coisa que não seja treinar todos os dias para entrar na seleção e representar o Brasil em 2016”, relata o judoca. “Eu acredito que um atleta pode começar aqui e daqui sair para as Olimpíadas. Eu sonho com 2016 e vamos chegar lá”, aspira André Oliveira.

Equipe quer manter atleta em Bento

O potencial de Darlan chamou a atenção dos técnicos da Sogipa – que tradicionalmente observam no interior talentos que possam fazer parte da equipe – e também acendeu o alerta na Physio, que já planeja criar um contrato de fidelidade do judoca com a associação. “Estamos confeccionando esse documento. Ele preservará o atleta e a equipe. Se uma entidade quiser levá-lo, terá que pagar um valor, do qual 50% vai para a entidade e outros 50% para o atleta”, explica André.

Physio vem subindo no ranking

Fundada em 2007, a equipe debutou no Circuito Estadual em 2008, quando acabou na 18ª posição. No ano seguinte, foi a que mais ascendeu: pulou do 18º para o 8º lugar. E não parou por aí. Em 2010 ficou em 5º e em 2011 em 4º. Na última temporada, a Federação Gaúcha de Judô (FGJ) dividiu o ranking em dois: um contabiliza os pontos de competições nacionais e internacionais e o outro considera apenas a pontuação estadual. No primeiro, a Physio manteve-se no Top 5, e no segundo consolidou-se como a terceira força, atrás apenas das referências Grêmio Náutico União e Sogipa. Neste ano, a equipe acredita que pode dar um passo à frente e priorizar a qualidade mais do que a quantidade. Quando começou, a Physio tinha meia dúzia de atletas. Hoje, entre projetos sociais e grupo de competição, são cerca de 200.

Circuito Gaúcho

O Circuito Gaúcho de Judô 2013 inicia neste sábado, dia 2, no ginásio Tesourinha, em Porto Alegre. A Physio competirá com aproximadamente 30 atletas.

Reportagem: João Paulo Mileski


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