Quando avalia o ano de 2014 para a Associação Physio Judô, o presidente da entidade, André Oliveira, não consegue disfarçar a satisfação. A Physio não apenas cresceu em quantidade, como também ascendeu no ranking das melhores do Estado.
Em 2013, foi a oitava colocada no ranking geral de entidades – soma de pontos em competições regionais, estaduais, nacionais e internacionais. Neste ano, acabou em quinto entre 44 equipes, com destaque para Luan Andrei Rodrigues, quinto colocado no Campeonato Brasileiro Sub-23, disputado em Natal (RN); David de Arruda, vice-campeão estadual na categoria Mirim Masculino; e Maria Vitória Basso Nunes, campeã estadual na Mirim Feminino. No ranking gaúcho da categoria Sênior Segunda Divisão, os três primeiros entre 143 atletas vestem as cores da Physio: Maic Cavalheiro, Pedro Anhaia dos Santos e Cristian da Silva Lacerda, respectivamente. Por categorias, a Physio conquistou o Estadual na Mirim Feminino.
No projeto social, a entidade encerrou o ano com aproximadamente 400 crianças e adolescentes atendidas em quatro núcleos, mais do que o dobro de beneficiados em 2013 – 180. “A avaliação do social é magnífica, porque a gente vem numa crescente. Começamos lá atrás com 40 alunos, fomos aumentando e vamos finalizar 2014 com cerca de 400. É um número muito bom se considerada a quantidade de recursos que a gente teve no ano. É um investimento baixo para a demanda de crianças que a gente consegue atingir”, conta Oliveira.
Os melhores do projeto social são direcionados às equipes de competição. Segundo o professor, os bons resultados no Circuito Gaúcho são consequência, sobretudo, da maior inserção de crianças no projeto. “Uma das metas desse ano foi reforçar o nosso trabalho social, porque é ali que vamos descobrir novos talentos para futuramente ter atletas de ponta. Se a gente trabalhar sempre com os mesmos, com a mesma quantidade, vamos ficar estagnados. Por isso temos que continuar investindo no projeto social, nas crianças”, ressalta.
Dos R$ 30 mil gastos no ano, R$ 21.562,50 foram provenientes de projeto aprovado pelo Conselho Municipal de Esportes (CME). O restante das despesas foi coberta por eventos organizados pela entidade e três apoiadores pontuais: Panambra, Appoiosul e Grupo Il Compagni. Para 2015, o desafio é não parar de crescer. Oliveira projeta chegar à marca de 500 crianças com a abertura de três novos núcleos, nos bairros Municipal, Eucaliptos e Licorsul. Para tanto, porém, ainda depende de um incremento de recursos para a contratação de oficineiros.
Independente de onde a equipe chegará, no entanto, a marca de centenas de crianças ocupadas no contraturno com a prática de judô já é um sonho realizado para o presidente da entidade, que ainda precisa, às vezes, tirar dinheiro do bolso para bancar a inscrição e viagens de jovens talentos provenientes de famílias carentes. Ele frisa, contudo, que todo o esforço vale à pena. Nunca houve tantos jovens judocas em Bento Gonçalves, o que ajuda a explicar a satisfação e orgulho de Oliveira. “Tudo o que alcançamos é consequência da vontade de fazer diferente, de enxergar o resultado, ver as crianças felizes fazendo esporte, de amar a nossa arte marcial, ver a evolução de cada aluno, jovens que eram adolescentes e que hoje são adultos integrados com o projeto. Isso é a realização de um sonho, e sonho geralmente não tem preço”, ressalta.
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