Júri condena jovem a mais de 18 anos de prisão pela morte de Joana Fabris Deon
O crime aconteceu na noite de 17 de julho de 2021; o julgamento contou com a presença de familiares e amigos tanto da vítima quanto do réu
O Tribunal do Júri da Comarca de Bento Gonçalves condenou no início da noite desta segunda-feira, 31/10, Paulo Eduardo Scaravonato pela morte de Joana Fabris Deon, de 19 anos, em 17 de julho de 2021. Além do homicídio, os crimes conexos de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e falsa comunicação de crime também foram julgados.
A sessão de julgamento ocorreu no Salão do Júri da cidade, presidido pelo Juiz de Direito Thiago Dias da Cunha, que determinou a pena total de 18 anos e oito meses de reclusão, em regime inicial fechado, mais um mês de detenção. O magistrado também negou o direito ao réu de recorrer em liberdade.
Os fatos aconteceram em 17/07/21, conforme a denúncia do Ministério Público, indicando que o homicídio aconteceu quando réu e vítima estavam na casa dele. Em algum momento, Scaravonato manipulava uma arma, que disparou, atingindo Joana na altura do peito.
No julgamento, familiares de Joana e de Paulo marcaram presença. A audiência trouxe momento de emoção ao relembrar os detalhes do caso. Na entrada do Fórum, cartazes com fotos de Joana criança, jovem e com a família foram colados.
O caso
Joana Fabris Deon morreu na madrugada de 17 de julho de 2021, após ser baleada na região do tórax. O caso aconteceu no bairro Ouro Verde e ela chegou a ser levada ao Hospital Tacchini, porém, logo veio a óbito. Após, o caso entrou em uma espiral de dúvidas.
No primeiro momento, Paulo Eduardo Scaravonatto, que na época também tinha 19 anos, relatou aos policiais que se tratava de um assalto e que Joana teria sido baleada. Horas mais tarde, na Delegacia de Pronto Atendimento, ele reiterou a versão antes dada aos policiais militares e foi liberado. Com isso, o fato foi inicialmente registrado como latrocínio – roubo seguido de morte. No entanto, algumas horas depois, os rumos das investigações mudaram após o pai do jovem comparecer ao plantão policial e declarar que o filho havia matado a moça com uma arma de fogo.
A partir dessa informação, diversas diligências foram realizadas pelas seções de Investigação da 1ª Delegacia de Polícia de Bento Gonçalves e da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM), bem como pelo Serviço de Inteligência da Brigada Militar. Em uma das diligências foram localizados os pertences da vítima, tendo a confirmação de que a residência do rapaz era a cena do crime a partir da realização de perícia no local com a aplicação da técnica do luminol.
Ainda, conforme a Polícia Civil, foram coletados depoimentos de testemunhas importantes para o esclarecimento do fato. Paulo teve a prisão preventiva decretada a pedido da delegada titular da Delegacia de Polícia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), Deise Salton Brancher.