Justiça cancela excursões turísticas que sairiam de São Borja para a Serra Gaúcha
Como medida de prevenção ao contágio pelo novo Coronavírus, o Juiz de Direito Luciano Bertolazi Gauer, da 1ª Vara Cível da Comarca de São Borja, proibiu excursões que estavam sendo organizadas por três empresas com destino a Serra Gaúcha, durante o feriado do Dia do Trabalhador.
A decisão diz respeito à denúncia do Ministério Público contra três empresas de transporte, responsáveis por estarem divulgando na internet a venda de pacotes de excursão. Segundo o MP, a população de São Borja estaria em risco por conta da contaminação do novo Coronavírus, e que este não seria o momento para viagens em grupo e lazer, o que também poderia prejudicar o trabalho dos entes públicos para a contenção da pandemia.
Segundo a 1ª Vara Cível, se a determinação for descumprida, os veículos serão recolhidos e os alvarás de funcionamento serão suspensos durante a vigência dos Decretos Estaduais.
Na decisão, o magistrado citou a música “Paciência”, do cantor e compositor Lenine:
“Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência.”
O Juiz afirmou que não se pode facilitar a propagação do contágio, o que, para ele, só se dá com regras mínimas e óbvias. O magistrado ainda lembrou que o município de São Borja, até a data da decisão, se encontrava livre do vírus. E que a excursão para locais da serra, onde há casos confirmados, aumentaria o risco de contaminação.
"Não é época de visitar cidades. Muito menos as infectadas. Não é época de visitar parentes, muito menos se eles estiverem nos grupos de risco. É época de se pensar no coletivo, sair quando houver necessidade e, no mais, ficar em casa!", declarou.
As empresas terão que divulgar o cancelamento das viagens pelas mesmas mídias sociais usadas para o anúncio e comunicar os consumidores sobre a devolução de eventual pagamento já realizado, preferencialmente por transferência bancária. Evitando assim o contato físico e a aglomeração de pessoas.
Foto: Gustavo Bottega