Laudo da substância ainda não chegou à polícia
A Polícia Civil ainda aguarda o laudo da perícia que apontará qual a substância injetada no soro do menino Eduardo Borges Stringhi, de sete anos. O caso ganhou repercussão nacional depois de ser noticiado com exclusividade pelo SERRANOSSA (imagem) em setembro deste ano, após a comunidade ter se mobilizado em busca de um doador de medula para o menino. A principal hipótese era que ele sofresse de leucemia, o que posteriormente acabou não se confirmando. Segundo a polícia, depoimentos dos envolvidos apontaram que os sintomas eram causados pela injeção de substâncias no soro do garoto. O Inquérito Policial já foi remetido à justiça e indiciou a mãe do menino por tentativa de homicídio com qualificadores por uso de meio cruel e por não ter dado chance de defesa à vítima.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Cléber dos Santos Lima, a versão da mãe ainda não foi ouvida em função de que não houve liberação médica – até então ela estava internada na Clínica Psiquiátrica Professor Paulo Guedes, no bairro Ana Rech, em Caxias do Sul. Ela foi liberada há cerca de duas semanas e deve ser convocada a se manifestar nos próximos dias. Segundo o delegado, conforme o que foi apurado durante as investigações, a mulher sofre de Síndrome de Munchausen por Procuração, uma doença psiquiátrica que ocorre quando um parente, de forma persistentemente ou intermitentemente produz, fabrica, simula ou inventa, de forma intencional, sintomas no filho, fazendo que este seja considerado doente, ou provocando ativamente a doença, colocando-o em risco e numa situação que requeira diagnóstico e tratamento.
Eduardo está sob a guarda provisória do pai desde que o inquérito foi instaurado. Há duas semanas o garoto foi a Porto Alegre para mais uma consulta de revisão, onde fez uma série de exames. Segundo a família, aparentemente o estado de saúde de Eduardo é estável. Ele retorna à capital apenas em dezembro para buscar os resultados dos exames.
Relembre o caso
Eduardo estava internado num hospital de Porto Alegre desde abril deste ano e o diagnóstico dos médicos apontou sintomas de leucemia. O caso mobilizou a comunidade no mês de agosto, quando foi realizada campanha para encontrar um doador de medula óssea compatível, já que o transplante teria sido apontado pelos especialistas como a única esperança de sobrevida para o garoto. Dias antes da realização da campanha de doação, a mãe do menino foi afastada do hospital, após suspeita das enfermeiras e dos médicos que acompanhavam o caso de que a mulher estaria injetando substâncias no soro do garoto. O irmão dele, de quatro anos de idade, faleceu no ano passado com sintomas semelhantes, segundo informações da família. A polícia informou que não há motivo para exumação do corpo já que o atestado de óbito apontou a causa da morte como sendo natural.
Carina Furlanetto e Greice Scotton
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