LEIA!

Soa pretensioso o título da coluna de hoje. Escrito em caixa-alta, parece que tive, quando batizei este texto, a intenção de impor a você que me acompanha a leitura obrigatória dele.

Não! Não se trata disso. Absolutamente não! Não é e nem nunca foi minha pretensão fazer com que você se sinta obrigado à leitura. Aliás, ninguém é obrigado a nada. Muito menos a essa leitura! Minha intenção é, em verdade, que você tenha vontade pela leitura.

Meu pai me incentivou o hábito da leitura desde pequeno. Ele sempre disse: “Leia, meu filho! Leia! Nem que seja jornal velho, mas leia!”

E eu cresci com essa verdade absoluta: LEIA, MEU FILHO!  E não foi só assim, no discurso. Ele lia muito! Ele me levava com ele na biblioteca, buscar livros. Pedia para que minha irmã e eu devolvêssemos os livros para ele na biblioteca pública municipal. Às vezes até deixava que escolhêssemos alguns títulos para ele, já que, trabalhando, não dispunha de tempo de ir à biblioteca. E foi assim, e com estímulos vindos da mãe e da vó, que eu aprendi a ler com idade inferior a quatro anos. 

Ora, a importância da leitura é inegável em todos os sentidos. É através dela que conseguimos ter acesso às mais variadas informações, desde as mais úteis até as mais desnecessárias. Se bem que não existe informação desnecessária. 

Nesta semana mesmo, foi através da leitura feita por uma colega que desmistifiquei a narrativa antes ouvida de um professor de história que dizia que a Bolívia trocou o Acre com o Brasil por um cavalo. Tudo bem, o cavalo fez parte da negociação, mas não foi só um cavalo. Teve mais um pedaço de terra e dois milhões de libras esterlinas envolvidos. 
Da mesma forma, foi através da leitura, agora de outra colega, que descobrimos por que as camisas masculinas têm a parte com as casas dos botões na aba da esquerda, enquanto que nas femininas são na aba da direita.

Assim, meus caros, somos, hoje, privilegiados em conseguir encontrar respostas para tudo em um clique apenas. Mesmo que eu já tenha dito aqui outras vezes que a internet é palco para tudo, desde sabedoria ao mais repulsivo dos idiotas, sabendo onde e como encontrar as respostas, trata-se de um meio eficaz para que possamos encontrar muitas das respostas. Ou todas as respostas para as perguntas cotidianas. Basta, assim, querer ler. Basta, talvez, para isso, o mínimo de estímulo. Eu, felizmente, tive. 

E foi assim que eu passei a ler até rótulos de xampu. Eu só não aprendi ainda a ler a validade dos alimentos. Afinal, o que será que acontece dentro da embalagem às 23h e 59min do último dia de validade e a 0h do dia seguinte? Isso, certamente, não está escrito em lugar nenhum.

Espero que, a partir de agora, todos sejam melhores leitores. Melhores do que eu, inclusive!

Até a próxima!

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