Leite fica neutro na eleição presidencial e Onyx ganha apoio de Heinze e PP

Ambos estão em busca de apoios para fortalecer a caminhada até o segundo turno, que será em 30 de outubro

Após o primeiro turno das eleições para governador do Rio Grande do Sul, os dois candidatos que avançaram para o segundo turno, Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB), vão em busca de apoios para fortalecer a corrida até 30 de outubro, data em que será realizado o segundo turno.

Na manhã desta sexta-feira, 07/10, o ex-governador Eduardo Leite, segundo colocado no primeiro turno, lançou sua campanha para a segunda rodada. Leite fez 1,7 milhão de votos, ficando com 26,81%. Do outro lado, o primeiro colocado na primeira parte da disputa, Lorenzoni recebeu apoio do PP do ex-candidato e senador Luiz Carlos Heinze. O candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) fez mais de 2,3 milhões de votos, somando 37,5%.

A ‘Escola de Sofia’ de Leite

A situação de Eduardo Leite parece ser mais difícil do que nunca. Para não ser chamado de “em cima do muro” na escolha entre Lula (PT) e Bolsonaro na disputa presidencial, Leite, durante o ato desta sexta, disse que não irá abrir seu voto, que será neutro, pois não é nem ‘lulista’, nem ‘bolsonarista’. “Não se trata em ficar em cima do muro. Se trata em não permitir que se ergam muros para que dividam gaúchos de uns e de outros”, pontuou.

Em seu discurso de tom enfático, Leite disse que, enquanto governador, conversou com todos os lados políticos, tendo projetos aprovados na Assembleia Legislativa com apoio de partidos como Novo e PT. Por falar em PT, essa pode ser a maior “pedra no sapato” de Leite.

Em entrevista a Rádio Progresso Ijuí, Edegar Pretto (PT), que ficou em terceiro na disputa, agregando 1,7 milhão de votos (26,77%), apenas pouco mais de 2 mil votos a menos que Leite, disse que o ex-prefeito de Pelotas precisa apoiar Lula para ter apoio do partido. É o que diz um tweet do candidato em seu perfil no Twitter.

Sem o voto da esquerda, será difícil o caminho para o tucano retornar ao Palácio Piratini, posto que deixou em março de 2022 para, talvez, alçar voos maiores. “Este não é um estado bolsonarista ou lulista. É o estado do RS, que nunca se rende a quem quer vê-lo amarrado ou amordaçado. Não é mera extensão de Brasília e não é quintal do governo federal”, completou Leite.

O lado de Onyx

Se Eduardo Leite demora para receber apoios, o primeiro colocado no pleito do último domingo, Onyx Lorenzoni colhe bons frutos. Nessa semana, o Progressistas (PP), partido que lançou o senador Luiz Carlos Heinze como candidato ao governo do RS e que ficou em quarto lugar, declarou apoio ao candidato de Bolsonaro.

Na quarta-feira, 05/10, após reunir membros do diretório, o partido confirmou que indica a seus filiados e àqueles que depositaram o voto em Heinze, que sigam o caminho de Lorenzoni às urnas. Vale lembrar que o PP participou do governo Eduardo Leite, inclusive com secretarias, como Covatti Filho (PP), eleito deputado federal em 2022 e que atuou como secretário de Agricultura de Leite.

Ambos os candidatos aguardavam o apoio do PP e chegaram a se reunir com a bancada de deputados estaduais do partido, porém, Lorenzoni saiu na frente como opção pela boa relação e apoio de Bolsonaro, algo que Leite não tem.

Pesquisa

A primeira pesquisa eleitoral após o primeiro turno traz Lorenzoni na frente. A pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas mostra Onyx com 47,2% de intenções de votos. Leite tem 42,3%. O levantamento indica que 4,9 pontos percentuais separam os candidatos. Entre os entrevistados, 5,8% se revelam indecisos e 4,7% afirmam que votarão em branco ou nulo. Fato curioso: as pesquisas do primeiro turno mostravam Leite na frente de Onyx com grande vantagem, algo que não se concretizou.