Leite recua e diz que RS não vai patrocinar desfile da Portela no Rio de Janeiro
Governador gaúcho sentiu a pressão popular. Curiosidade: a Ponte de Santa Bárbara caiu há 659 dias — e a obra nem começou

Após sofrer críticas pesadas por ter confirmado a destinação de verbas dos pagadores de impostos gaúchos para o carnaval do Rio de Janeiro, o governador Eduardo Leite voltou atrás. Nesta terça-feira (24), ele afirmou que o Rio Grande do Sul não vai patrocinar o desfile da escola de samba Portela em 2026.
O projeto, segundo o próprio governador gaúcho, tinha como objetivo homenagear a cultura negra do Estado, com destaque para personagens históricos do RS. A proposta previa que o governo estadual entrasse como parceiro institucional e também financeiro da iniciativa.
Na semana passada, Eduardo Leite chegou a defender publicamente a participação do Estado. Mas a repercussão foi imediata. Em meio à longa reconstrução provocada pelas enchentes de setembro de 2023, maio de 2024 e pelas chuvas mais recentes, a ideia de investir dinheiro dos contribuintes gaúchos no carnaval de outro estado gerou forte indignação popular.
Diante da pressão, o governador voltou atrás:
“Vou ser direto: não serão aportados recursos do orçamento do Governo do Estado na Escola de Samba Portela. Essa decisão já foi tomada”, disse Leite no Instagram.
Mesmo com o recuo financeiro, Leite disse que o Estado seguirá apoiando o projeto de forma institucional, articulando com a iniciativa privada para viabilizar o desfile.
Nota da redação
O governador Eduardo Leite tem a liberdade de dar a explicação que achar conveniente. Mas tente explicar aos moradores e trabalhadores que dependem da ERS-431 — rodovia essencial que liga o Norte, o Vale do Taquari e a Serra Gaúcha — que o governo gaúcho cogitou destinar dinheiro para uma escola de samba do Rio de Janeiro, enquanto a Ponte de Santa Bárbara ruiu há 659 dias. E o pior: não há sequer uma data para o início da reconstrução.
Um recado do SERRANOSSA: o Rio Grande do Sul precisa de menos discursos filosóficos, menos debates intermináveis — e MAIS AÇÃO.